01/01/60 • A PRIMEIRA VIAGEM AO TIBET
Década de 60 > 1960
Salve Deus!
Até aquele momento eu era alguém de difícil entendimento para com os outros, e para comigo mesma, talvez a dor provocada pelo drástico desenlace na minha vida… Meus tumultos não cessavam nunca, sempre me sentia como um rio, que transborda do seu leito e vai extravasando, empurrando a margem, derrubando as paisagens, projetando desavenças, dúvidas e afirmando também o ESPÍRITO DA VERDADE. Porém, derrubando por terra, levando a dor pela visão transtornada…
Tudo que estava escrito, tudo que saía de mim tinha esse tumulto errado. A minha insegurança ou falta de amor me faziam perigosa, indesejada, pelas constantes revelações trágicas que
fazia sofrer a mim e aos outros.
Essa tristeza revelava melancolia e essa coisa esquisita que se vinha comprimindo dentro de minha mente atormentada, dizia, também, que já era tempo de mudar o caminho. Resolvi então partir, porém o meu objetivo, sentir realmente o CANTO que do CÉU me chega aos ouvidos. Obedeci meu Pai Seta Branca, rumei aos montes de Tibet, onde ouvi o primeiro CANTO UNIVERSAL, do velho incansável Umarã(Humahã), mestre querido, que no seu aposento em Lassa (Lhasa), me deu o que eu jamais pensei receber, me ensinou a VIAGEM para estar com ele, me ensinou o SENTIDO COMUM DA VIDA FORA DA MATÉRIA, em suma, tirou a cegueira que me fazia amaldiçoar a vida obscura e dolorosa…
Salve Deus!
Era 1º de Janeiro de 1960!