23/08/66 • DIÁRIO - A VIDA NA UESB - Acervo Koatay 108

Ir para o conteúdo

23/08/66 • DIÁRIO - A VIDA NA UESB

Década de 60 > 1966
TAGUATINGA-DF 23 DE AGOSTO DE 1966
          A caminho de nossa evolução e como  se não bastassem os nossos Carmas, sempre estamos a nos servirmos dos  exemplos alheios. Resolvi portanto fazer esta pequena agenda DO ESPÍRITO  A CAMINHO DE DEUS. Em 1959, eu fui a mandado dos meus mentores  Espirituais para um “retiro”, onde mais tarde veio a ser conhecido como  UNIÃO ESPIRITUALISTA SETA BRANCA. Ali vivi cinco longos anos a mercê de  terríveis provas do meu tenebroso Carma. Recebi as mais preciosas lições  como médium equipada das principais mediunidades, tenho a consciência  tranquila que executei perfeitamente a minha árdua missão. Cinco anos  vividos, lindos fatos, tristes dramas. Passagens drásticas, fenômenos  vividos, romances sentimentais… Graças a Deus, nestes cinco anos só nos  foi poupado a tragédia de uma desgraça. Eu, como médium principal ou  profetiza, e mais cento e poucos irmãos que segundo as comunicações dos  nossos mentores, estivemos em reajustes por pertencermos a uma tribo de  ciganos, desencarnados em 1500 mais ou menos, nas imediações da Rússia…  Ficou esclarecido, também, que tivemos outras reencarnações após esta  acima. O fato é que esta tribo

tradicional destes ciganos, foi se  identificando e reajustando entre si. O fato mais original destes  ciganos era a compreensão, o amor, que apesar das grandes dívidas era  perfeito. Vivíamos calmamente em total retiro espiritual. Os fenômenos  eram identificados com todo amor. Operávamos centenas de curas todos os  dias, até que chegou o inevitável: o ataque das correntes negativas dos  grandes senhores dos Vales Negros, abriu-se as portas dos Vales das  sombras, em seguida o Vale Verde. Era um desafiar sem fim. Forças  tenebrosas invadiam a todos nós, trazendo desconforto total. Os nossos  mentores espirituais do GRANDE ORIENTE trabalhavam “desesperadamente”  para nos libertarem. Pai Seta Branca com o seu grande amor e na  confiança de minha “clarividência ouvinte”, formou então um QUADRO no  sentido de que a UNIÃO ESPIRITUALISTA SETA BRANCA, fosse o espelho vivo,  e sua fortaleza de LUZ pudesse renascer ao bem dos espíritos dos Vales  Negros. lembro-me que um dia o GENERAL nosso poeta escreveu, e minha  filha Carmem Lúcia recitou assim:
TU, MINHA UESB QUERIDA
ÉS PEQUENA E ORIGINAL
COMO A AURORA ABATE AS TREVAS

RESPLANDECE TUDO IGUAL
DISTRIBUI A NATUREZA
LUZ DIRETA DO ASTRAL.
Em 30/11/61
          Era total a confiança dos mentores,  por ver-nos realizarmos tão lindos trabalhos e com tanta eficiência. Os  mentores basearam-se mesmo na UESB sentindo assim a grande chance dos  ciganos de se enriquecerem na RICA DOUTRINA, para a transformação dos  vales negros. Qual nada, tal foram suas decepções. Pobres de nós outros,  ciganos cheios de Carmas e desejos de riquezas profanas. Longe  estávamos da humildade além de nossas mediunidades. E assim, "a terra de  Deus foi destruída". Assim foi que começou a queda de nossa missão.  Alguns ciganos começaram a desrespeitar, não aceitando a lei do céu  trazida pelo PAI SETA BRANCA. Falava-se agora na melhoria material,  verbas do governo. Finalmente uns contra os outros; sem mais nem menos  surgia discussões calorosas de fazer medo. Vendo que as coisas tomavam  agora, rumos diferentes à nossa missão, comecei a me preocupar e na  minha posição de clari
vidente, via a possibilidade de sermos tomados por aquelas forças negras.
          Comecei a me acautelar, porém de  nada valeu, pois a presidente foi "tomada". Então, começou a ver em mim a  razão de toda aquela pobreza. Começou a fazer pressão para que eu  saísse, até que eu não suportando pedi ao Pai e ele sem nada poder fazer  mandou-me para Brasília. Foi o grande choque para mim: levantou-se toda  a IRMANDADE e seguiram-me; Noventa e sete órfãos… fui obrigada a  trazê-los, e acabar de criá-los…

Voltar para o conteúdo