25/09/77 • CARTA ABERTA Nº 3
Década de 70 > 1977
Salve Deus! Meu filho Jaguar:
Vamos hoje, individualizar nossa posição na Terra, esclarecendo-nos de tudo que nos faz sofrer.
Esta minha mensagem precisa ser ouvida na individualidade, sem o turbilhão da tarefa de cada dia, porque a paisagem que nos cerca, muitas vezes nos envolve, desperdiçando Energia, pois o Espírito na Terra está sempre indeciso entre as solicitações de duas potências: sentimento e razão.
Para terminar este conflito é preciso que a Luz se faça em nós.
Sabemos que a alma revela-se por seu pensamento e, também, pelos seus atos, porém, nem por isso devemos nos escravizarmos.
Jesus! Nos coloca como discípulos ao alcance dos mestres.
Veja filho, já estava começando a clarear na Terra e eu me enchia de cuidados pelo meu corpo, que ainda estava na cama. Então, ia me despedindo de Amanto, quando Pai Joaquim das Almas me chamou, dizendo que eu ainda teria muito a ver. Realmente, tive a maior surpresa! Seguindo Pai Joaquim das Almas, cheguei a
pequena mansão e fiquei observando um belo casal, já vestidos de uniforme, me viram de longe e exclamaram de uma só vez, em harmonia comigo:
– Salve Deus! Tia Neiva, Vamos à Mansão?
– Sim!
Completamente desconhecida para mim, uma linda moça, tocava uma harmônica, vestida num longo vestido rosa, marcando 1930. Com a minha chegada, virou-se para mim como se me conhecesse. Fui pronunciar o nome do médium, Pai Joaquim não deixou. Então, eu me obstinei em dizer somente:
— Moras aqui?
— Oh, Tia Neiva, eu e Angélica estamos completando nosso tempo! – e completou... Eu, a senhora já sabe a minha vida como é, a cada dia se torna mais difícil.
Ah! Pensei, entendendo, porque a gente se conforta tão facilmente nestes tristes carreiros terrestres.
— Sim, minha filha. Angélica e Jerônimo, é como se chama este seu filho "médium" – se amam muito – porém estão sentenciados por um crime cometido no Império de Dom Pedro. Imaginei Jerônimo com 50 anos, uma família desastrosa. Meu Deus! Se soubesse não se queixava tanto.
— É, completou Pai Joaquim das Almas: justamente a família que ele desajustou nas imediações do Angical.
Perguntei pelo casal que encontramos de uniforme.
Me respondeu que todos nós temos um amor, um grande amor na nossa vida, que diz ser a alma gêmea e, na totalidade estão separados, reajustando o que desajustaram por amor e, pela benção de Deus, se encontram e se fortalecem. Triste é quando uma está presa no Umbral e a outra na Terra. Não têm o direito de se encontrarem. A angústia e as saudades nos devoram a alma.
Senti uma tristeza como se aquela despedida fosse eterna. Lembrei-me de Jerônimo me pedindo a bênção do amor de Mãe Tildes, para ficar conosco, se afastando até mesmo de Pai João.
Levantei o meu espírito, me lembrando da nossa grande missão.
Fui encontrar Amanto e um novo mundo se descortinou. Salve Deus!
Na Terra, o sol magnífico, outra visão.
Sentei-me à mesa para almoçar, quando entrou Jerônimo, que mora aqui em Planaltina.
— Oh, Tia, a Senhora fez o meu trabalho? Sabe, tudo mudou. Amanheci com tanta coragem, deixei a mulher falando e nem me importei. Deus lhe pague!
— Não fiz nada. Recebi apenas uma lição.
Sorrimos, como
se ele estivesse consciente.
Jerônimo equilibrou o seu Sol Interior. Quando estamos em paz com a gente mesmo, nada nos atinge.
Vamos meus filhos, equilibrar os três reinos de nossa natureza e pagarmos com amor o que destruímos por não saber amar.
Jesus que tem os meus olhos pela verdade de Vosso amor.
A Mãe em Cristo,