Aramê
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No
período de sua Prisão, mestres e ninfas ficam sob a ação dos
cobradores, o que os leva a um estado mais sensível e irritadiço,
além de achaques e perturbações físicas que aparecem nessa fase.
Os
espíritos, perdidos no ódio, na vingança, nos rancores, chegam ao
recinto do trabalho já emanados pela Espiritualidade Maior, que os
mantém contidos durante todo o período da Prisão. Apenas têm o
desejo de cobrar por todo o mal que lhes foi feito, mas seu ódio já
está enfraquecido pela emanação de amor que lhes chega,
contentando-se, então, em verificar se houve realmente
transformação, uma verdadeira mudança de sentimentos, em seus
algozes do passado, e se satisfazem com uma cobrança muito reduzida.
Este
mínimo cobrado é que tem que ser satisfeito pelo médium durante
seu trabalho de Prisão.
Com
amor e humildade, o médium prisioneiro deve colher seus bônus e
trabalhar o máximo que puder na Lei do Auxílio, aceitando, com
tolerância, as dificuldades que lhe forem criadas pelo cobrador
nesse período.
Ao
se iniciar o Aramê, todos os nossos cobradores se fazem presentes,
ficando contidos pelas redes magnéticas lançadas pelos Cavaleiros
Verdes. Ali está, também, toda a energia recolhida pelos bônus,
separados médium por médium. Essa energia tem que ser classificada,
separada, manipulada e depositada de acordo com cada prisioneiro e
seu respectivo cobrador, porque cada um receberá de acordo com seu
merecimento.
Os
Pretos Velhos fazem a primeira manipulação da energia concentrada
pelos cantos e emissões da abertura do trabalho, unificando e
filtrando as forças. O canto do representante do 1º Cavaleiro da
Lança Vermelha projeta uma intensa força desobsessiva que ilumina
as mentes dos cobradores, eliminando a ação negativa de outros
espíritos desencarnados. Em seguida, os Caboclos e os Cavaleiros de
Oxosse projetam poderosa força que vai permitir aos cobradores
abrirem seus olhos e enxergar, pela primeira vez, após tantos
séculos de escuridão. Com a Contagem, os cobradores recebem as
forças recuperadoras de seus sentimentos, de sua razão, fazendo com
que perdoem aqueles que julgavam ser seus inimigos, e, pelas
Elevações dos Doutrinadores, são conduzidos para planos
espirituais superiores, onde são recolhidos em albergues e hospitais
para sua recuperação e posterior continuação de suas jornadas.
O
Aramê é um trabalho onde a libertação de prisioneiros é feita em
grupos, uma vez que se caracteriza por faltas cometidas em
coletividades, isto é, combates e campanhas que envolveram o
desencarne de muitos inocentes e indefesos, em demandas territoriais,
pelas ocupações violentas, questões de terras e posse de bens
materiais, sem a característica de confrontos pessoais,
transcendentais, que devem ser resolvidos no Julgamento. No Aramê,
de modo geral, o espírito só conhece aquele que foi sua vítima do
passado no momento do reencontro, porque não havia individualização
nos confrontos. Reis, nobres, governantes, generais, senhores de
engenho e outras figuras de destaque e de poder, empenhados em suas
ações guiadas pela ambição, pela vaidade e pelo orgulho,
devastaram plantações e povoados, mataram ou mandaram matar
milhares de pessoas inocentes, cuja única falta foi estarem
atravessados em seus caminhos, ocupando habitações e terras objeto
da cobiça desses poderosos, o que lhes custou perseguições,
violências e morte. No Aramê se juntam grupos de combatentes e
perseguidores de uma mesma época, de uma mesma campanha, com o
objetivo de obterem o perdão e a consequente libertação de suas
vítimas. Isso deve estar bem claro para o comandante do trabalho,
especialmente no que diz respeito à fase final, na hora da Contagem,
que deve ser voltada para o esclarecimento e iluminação das mentes
dos que ali estão, encarnados e desencarnados, visando obter o
perdão daqueles que ficaram perdidos, por tanto tempo, no ódio, no
rancor e na vingança.