Egoísmo
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Um
dos maiores obstáculos para a evolução e o desenvolvimento do
Homem é o egoísmo, fator que cada um de nós porta em maior ou
menor grau, e que consiste na ignorância dos direitos e do bem-estar
dos outros, e que sempre está acompanhado por outros aspectos
negativos da personalidade humana: orgulho, inveja, vaidade, ambição,
avareza e despeito, bem como neuroses, neurastenia, obsessão e
autointoxicação.
Todo
ser humano é composto por dois campos distintos e sempre
conflitantes: o EGO, material e formador da personalidade, e o EU, o
lado espiritual, agente da espiritualidade e formador da alma.
O
egoísta é aquele que sempre quer tudo só para si, sem se importar
com as necessidades do seu próximo, sem sequer aprender a amar, a
partilhar ou a compartilhar, gerando ódio, descontrole ao seu redor.
Huberto
Rohden disse que “todo egoísta é como um cão que se deita sobre
o alimento dos bois, que não é alimento para ele, e ao mesmo tempo
impede que os animais comam a comida deles. O egoísta faz mal a si
mesmo e faz mal aos outros.”
É
uma vítima da vaidade e do orgulho, da inveja e do pessimismo, da
incontrolada presunção.
É
o solipsismo, isto é, uma doutrina que só admite a existência do
eu individual que pensa.
Normalmente
estamos sujeitos a duas forças: o egocentrismo, que nos dá a
liberdade mas a não união com os outros, e o amor, que une e
harmoniza, reequilibrando a ação do egocentrismo. Quando o amor
está enfraquecido, assume o poder o egocentrismo, gerando o egoísmo.
O
egoísmo gera desconfiança e intranquilidade, levando o ser humano
ao triste isolamento pela falta de amizades, da fraternidade que
deveria existir, pelo menos, em seu lar. O egoísmo é uma forma de
encolher-se diante do mundo e sempre nos leva a ficar dependentes de
resultados externos.
Aquele
que se propõe a ser um médium ativo na Doutrina do Amanhecer deve
buscar combater o egoísmo de todas as maneiras, pois onde há
egoísmo não há amor, nem tolerância e nem humildade. Uma das
raízes do Amanhecer, a Indiana, há séculos já ensinava: O Homem
que, abandonando todo desejo, livra-se do apego, do egoísmo e do
sentimento de propriedade, alcança sua paz interior.
Assim,
se for egoísta, procurará construir um castelo sobre o nada, pois
lhe faltarão as bases de nossa Doutrina.
Em
Mateus (XXII, 34 a 40), nos é dito: “Mas os fariseus, quando
ouviram que Jesus tinha feito calar a boca aos saduceus, se reuniram
em conselho. E um deles, que era doutor da lei, tentando-o, lhe
perguntou: Mestre, qual é o grande mandamento da Lei? Disse-lhe
Jesus: Amarás ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de
toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. Este é o máximo e o
primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o
teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos depende toda a
Lei e os Profetas!”
Essa
a obrigação primordial que temos: amar a nós mesmos, e quando
Jesus falou em “amar” descartou plenamente o egoísmo, que não
compreende o amor.
Nem
mesmo podemos aceitar algumas ideias que correlacionam o egoísmo com
o amor de si próprio. Amor e egoísmo são diametralmente opostos.
Na
parábola dos talentos (Mateus, XXV, 14 a 30), nos é revelado o
egoísmo do servo que recebeu o talento e o escondeu na terra,
devolvendo-o ao dono sem qualquer rendimento, achando que havia feito
o correto, ao contrário dos outros que aplicaram o dinheiro e o
multiplicaram. E Jesus disse: “Tirai-lhe, pois, o talento, e dai-o
ao que tem os dez talentos. Porque a qualquer que tiver será dado, e
terá em abundância; mas ao que não tiver até o que tem lhe será
tirado. Lançai, pois, o servo inútil nas trevas exteriores, onde
haverá pranto e ranger de dentes!”
Isso
se refere àquele que recebe sua mediunidade e, por egoísmo, não se
dedica à caridade, não multiplicando o valor que recebeu da
Espiritualidade Maior.
O
egoísta não se ama: apenas quer tudo para ele, somente vê seus
próprios interesses, suas próprias necessidades, sem nunca saber o
que é amor!
Geralmente,
a ignorância conduz ao egoísmo, agregando-o cada vez mais
fortemente à personalidade.
Todos
temos uma certa dose de egoísmo, radical ou psicossomático, que
aprendemos a controlar, pois atua como uma forma natural da
autopreservação e conquista do nosso desenvolvimento.
O
egoísmo é incompatível com o amor, com a caridade e com a justiça,
sendo gerador de muitos males e vícios.
O
médium do Amanhecer não poderá, jamais, ser egoísta, porque se só
pensar em si mesmo se perderá nas trevas de sua insensatez.
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