Homem

Quando vamos em busca da origem do Homem nas mais variadas fontes de filosofias e religiões das distantes eras, o que encontramos é, de modo geral, que o primeiro homem foi feito de barro. Na velha China, a deusa Ku Nua teria primeiro modelado as mulheres para serem sua companhia e, depois, de pedaços de lama, criou o Homem. No antigo Egito, o deus Khnum, misturando barro e palha em sua roda de oleiro, modelou todo o universo, os deuses e o Homem. Aqui no Brasil, a tradição indígena relata a criação, por Tupã, do primeiro casal humano feito de argila.

Com o progresso da Ciência, vemos que essa é uma idéia que se aproxima da realidade da evolução, pois a vida se originou nas águas de um planeta em formação, adaptando suas diversas formas através das eras, originando as plantas e os animais, entre os quais surgiu uma ramificação que deu origem ao Homem – o Homo erectus, que, por obra dos Capelinos, teve a implantação de seus plexos, passando a ser o Homo sapiens, os grandes missionários deste plano físico, que tem seus registros nas mitologias das primitivas civilizações.

O Homem foi o ser escolhido pela Espiritualidade Superior, por ter atingido elevado grau em sua evolução puramente animal, para receber a Centelha Divina e ser o veículo para a evolução de toda a Terra, passando a ser um espírito a caminho, cumprindo suas metas cármicas através das várias encarnações no planeta, composto pelo corpo físico, pela alma e pelo espírito, que temos que estudar separadamente.

O Homem integra o princípio inteligente do Universo e, em sua caminhada evolutiva de milhares de anos, vem vivendo alternadamente no mundo material e no plano espiritual. Embora sua constituição física se assemelhe a muitas outras espécies animais viventes, como atestam as semelhanças dos fetos, todas com maravilhosa estrutura, é por sua complexidade sensorial e emocional que pode ser considerado excepcional milagre da Vida.

O Homem, dentro da Ciência, recebeu classificação como pertencente ao reino animal: vertebrado pertencente à classe dos Mamíferos, subclasse dos Placentários, ordem dos Primatas, família dos Hominídeos, gênero Homo, que se encontra, na atualidade, representado por apenas uma espécie: Homo sapiens.

Pelos estudos paleontológicos, temos diversas outras espécies que viveram na Terra em outras eras, e já desapareceram.

Essa evolução demorou, desde que os primeiros seres da espécie humana – o Homo – iniciassem sua jornada no ramo diferenciado dos animais denominados antropóides, assumindo a postura ereta dos hominídeos, fato ocorrido na África, há cerca de 4 milhões de anos, e se espalhando por toda a Terra.

Koatay 108 ensinou a complexidade de coisas que atuam acentuadamente no Homem, principalmente as vibrações de outros seres humanos, a teimosia, o egoísmo e as ilusões, mas o segredo para seu equilíbrio está na manutenção do elevado padrão vibratório, que quanto mais alto for, levará o Homem por passagens mais originais e perfeitas em sua caminhada na Terra.

Segundo Paul Valery, “o Homem é absurdo por aquilo que procura, grande por aquilo que encontra!”

Existem profundas diferenças entre os seres humanos, e uma é devida à tônica que cada um dá à sua vida: há um grupo que se preocupa somente com sua saúde física, com seu corpo, buscando a boa forma muscular e atlética, ocupando-se com exercícios físicos, dominados pela tônica física; há os que têm a tônica psíquica – cientistas, intelectuais, artistas e eruditos –, e dependem de seu intelecto, com sua consciência dominada pelo fator intelectual; e há os missionários, com seu campo consciencional em constante expansão, buscando a integração crescente com o Universo, a evolução de seu espírito, vivendo sob a tônica espiritual.

Pela conduta doutrinária, pelo conhecimento, pela evolução, o Homem vai aperfeiçoando sua memória e sua mente, submetendo seus instintos às irradiações do extrasensorial, ampliando seus conhecimentos de si mesmo e dos três reinos da Natureza, sabendo discernir o que é bom e correto do que é ruim e destrutivo.

Só que, pelos conhecimentos trazidos por nossa Doutrina, temos a certeza de que o Homem já transcende a natureza animal desde que teve colocado, em seu plexo, o Sol Interior ou os Três Reinos de sua natureza, que mudou aquele seu antecessor ainda animalizado no Homem atual. Com um plexo iniciático, o animal se transformou em Homem. Essa foi a grande missão dos Equitumans, seres Capelinos, que se iniciou há 30 mil anos antes de Cristo e continua hoje, pelos Jaguares da Doutrina do Amanhecer e em outras linhas brancas que buscam o aperfeiçoamento do Homem Médium pelo aprendizado da manipulação das forças naturais e cósmicas em benefício de si próprio e de seus irmãos encarnados e desencarnados.

O Homem Jaguar é o Homem Iniciático, com maior bagagem que os demais porque tem a capacidade de manipular forças extracósmicas, tem suas Estrelas e a capacidade de integrar e desintegrar, de romper o neutrom pela força de sua emissão e de suas elevações, sendo aperfeiçoado pelo equilíbrio evolutivo e seletivo de suas forças, iniciativas, conquistas emocionais e sociais, tendências dominadoras e severidade, compensadas pelo amor e auto-sacrifício.

A evolução da forma humana, que se iniciou há mais de dois milhões de anos, culminou, quando chegou a hora precisa, no Homem como está hoje, diferenciado do Reino Animal por diversas características de seu plexo:

abstração;
arte;
caráter;
civilização;
consciência de si mesmo;
cultura;
disciplina dos instintos;
emoções e sentimentos superiores;
intuição intelectual;
julgamento;
memória e linguagem racionais;
percepção intelectual;
poder da vontade;
poder de síntese e indução intelectual;
racionalidade;
reflexão;
solidariedade;
temperamento;
trabalho.

Algumas destas facetas podem, também, ser encontradas, em menor ou maior grau, nos animais, porém são extremamente desenvolvidas no Homem.

Em lugar de procurar seu autoconhecimento, buscando conhecer suas potencialidades e seu mundo interior, a maioria da Humanidade preferiu o caminho mais fácil da conquista do mundo exterior, para isso usando toda a sua capacidade física e mental.

Mas se concentrou em parcela dos seres humanos toda uma religiosidade, uma ligação entre a Terra e o Céu, o conhecimento de um Universo que aqueles outros componentes dos Três Reinos da Natureza não podem alcançar.

Quando a Bíblia relata a criação do Homem, o sopro de Deus que dá vida a Adão nada mais é do que a centelha divina que faz desaparecer o animal primata e surgir o primeiro Homem. Quando Adão e Eva comem o fruto proibido e são expulsos do Paraíso, é a figuração do livre arbítrio.

Pelo livre arbítrio o Homem traça seus caminhos, pela sua força psíquica modela sua alma, age e reage pela sua sensibilidade, pelo seu conhecimento diferencia o Bem do Mal. O Homem prossegue sua jornada, agindo e reagindo por três tipos de estímulos:

o físico – seu corpo;
o psíquico – sua psique ou alma e;
o espiritual – seu espírito.

Um autor anônimo descreveu como seria um grande Homem:

Mantém o seu modo de pensar independentemente da opinião pública.
É tranqüilo, calmo, paciente, não grita nem se desespera.
Pensa com clareza, fala com inteligência, vive com simplicidade.
É do futuro e não do passado.
Sempre tem tempo.
Não despreza nenhum ser humano.
Causa a impressão dos vastos silêncios da Natureza, como o céu.
Não é vaidoso. Como não anda à cata de aplausos, jamais se ofende.
Possui sempre mais do que julga merecer.
Está sempre disposto a aprender, mesmo com as crianças.
Vive isolado espiritualmente, não sendo atingido nem pelo louvor nem pela censura, mas não é insensível: ama, sofre, pensa e compreende.
O que você possuir em bens materiais não tem valor para ele: só lhe importa o que você é.
Altera sua opinião própria logo que verifica estar equivocado.
Não acata dogmas, preconceitos e costumes estabelecidos por espíritos de baixo desenvolvimento. Respeita apenas a verdade.
Tem a mente desenvolvida do adulto e o coração puro de menino.
Conhece a si mesmo, na intimidade, e conhece a manifestação de Deus.

VEJA

“O Homem, o ser humano, é uma partícula diferenciada de Deus que percorre um caminho. Como Deus é inconcebível, inimaginável, isso torna impossível conceber ou imaginar a origem do Homem.

Assim, podemos conceber e imaginar o Homem apenas como o vemos: CAMINHANDO!

E como o vemos?

Um CORPO que se movimenta, uma ALMA que se manifesta através desse corpo, e um ESPÍRITO que se evidencia através dessa alma mais esse corpo.

O corpo sem a alma é puramente animal, é desumano.

O corpo mais a alma forma o HUMANO.

O CORPO, mais a ALMA, mais o ESPÍRITO formam o HOMEM.

O Homem é, portanto, um espírito que caminha, tendo como veículos o seu corpo e a sua alma. Ele é um Homem pela consciência que tem de si mesmo.

O Homem é bem-aventurado quando vai além do que seu corpo pede, e não se detém muito nos seus enredos psicológicos. Isso quer dizer que ele tem prazer em meditar, na tristeza ou na alegria, dia e noite, na LEI DO SENHOR, ou seja, no seu destino transcendental, na vida do seu espírito.

Então, ele estará sendo alimentado pela fonte pura e inesgotável do seu acervo espiritual, como a árvore que viceja junto ao rio, onde nunca lhe falta a água. Tudo o que ele fizer será positivo e ele estará sempre vicejante, vivo, atuante.

Se o Homem se preocupa somente com o seu CORPO e sua ALMA (o físico e o psíquico), ele permanecerá apenas no transitório. Seu corpo, quando perecer, se dispersará e a memória dos feitos de sua alma se perderá.

Somente seu espírito se reunirá na Congregação dos Justos, nos caminhos que o Senhor conhece."

Trino Tumuchy – 15-08-1975