PRISIONEIRO - DENÚNCIA - JOSÉ CARLOS - Acervo Koatay 108

Ir para o conteúdo

PRISIONEIRO - DENÚNCIA - JOSÉ CARLOS

Sem data
      HISTÓRICO

      Prisioneiro: JOSÉ CARLOS – Nº
      Procedência: ROMA – Senador Climênio
      Denúncia:

      Este prisioneiro, hoje na roupagem de Climênio, o grande senador romano, homem inteligente, culto e possuidor de profunda sabedoria, homem de muita Luz e dotado de grande capacidade de amar e entendimento que veio ao lado do Imperador Otávio Augusto para, juntos, prepararem a mente dos homens para a chegada de Jesus,
      O Senador Climênio era um homem bem-casado, pai de família, e levava uma vida digna e honrosa.
      Certo dia, porém, quando descansava nos jardins do palácio imperial, embaixo de um caramanchão, com uma doce brisa acariciando seu rosto, ao som de suave música e em meio às flores, seus olhos se depararam coma graciosa e bela Erotildes, irmã de Otávio Augusto, que brincava, cantarolando, sorrindo, correndo daqui para ali e com gestos fascinantes de suas delicadas mãos. Mais parecia uma visão mágica iluminando aquele jardim!
      O Senador Climênio ficou deslumbrado com a beleza de Erotildes e apaixonou-se loucamente pela jovem, esquecendo-se de sua missão crística e das responsabilidades de um pai de família. Erotildes tornou-se, para Climênio, um pensamento constante. O desejo gritava forte e imperioso em sua mente. Procurou aproximar-se de Erotildes de todas as formas. Decidiu conquistá-la a qualquer custo e começou, então, a perseguir a indefesa Erotildes. Com galanteios e promessas enganosas, conseguiu conquistar aquela bela jovem.
      Erotildes ficara totalmente dominada pelos argumentos do senador. A partir disso, ficou tudo fácil para que aquele malvado conquistador conseguisse, com toda a sua malícia, orgulho e crueldade, destruir totalmente a vida de Erotildes. Climênio conseguiu o seu intento.
      Erotildes ficou grávida e, sem paz, em desespero, ficou desprezada por toda a corte por estar esperando um filho sem que soubessem quem era o pai. Climênio passou a fugir dela, ocultando-se, acovardado.
      Sufocada pela dor e pela vergonha, Erotildes se desesperou e, para não ter que acusar o homem a quem tanto amava, se suicidou.
      Visando proteger sua posição na corte, Climênio mais uma vez agiu, totalmente desprovido de sensibilidade e senso de humanidade: acusou um modesto guardião – Tasso – humilde servo da corte, de ser o responsável por aquele extremado ato da bela Erotildes. Tasso foi condenado sumariamente à morte, sem ter a oportunidade de provar sua inocência.
      O Senador Climênio, embora aparentando calma, sentia dentro de si o arrependimento da tragédia que provocara, e sentiu uma profunda revolta contra tudo e contra todos, pois perdera a mulher de sua insólita paixão. Tornou-se relapso, e foi várias vezes advertido por Otávio Augusto para sua posição de homem público, cuja conduta preocupava o imperador.
      Reunindo todas as suas força, para descarregar seus momentos de tensão e desespero, partiu para as corridas de bigas. Numa dessas disputas, alucinado, perdeu o equilíbrio e se acidentou seriamente, vindo a morrer nos braços de sua prestimosa esposa, a quem chegou a confessar seu triste desatino.
      Só Deus sabe por onde anda o espírito de Tasso!
      Com base nas denúncias, os Promotores montavam as acusações e as defesas, e houve muitos casos em que a projeção proporcionou um ato de perdão entre os próprios prisioneiros, que foram envolvidos em dramas do passado e que puderam se redimir com o reencontro, dentro das energias do amor e do perdão, no Julgamento.
Voltar para o conteúdo