Fogo - Acervo Koatay 108

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Fogo

               
     Na Polinésia, especialmente no arquipélago do Hawai, existe um grande número de entidades espirituais, reverenciadas pela população nativa, e uma se destaca pelo grande respeito e admiração: a Deusa Pelee ou Pelé, que comanda as forças do fogo e, assim, tem sua principal fonte de energia nos vulcões. Sua atuação se faz pela chama, pequena – como em uma vela – ou gigantesca, pela erupção vulcânica catastrófica.
      A mitologia da Polinésia embasou a religiosidade de grande parte das ilhas por toda a Terra. Um exemplo é o que ocorreu na Martinica, onde um vulcão denominado Monte Pelée, com 1.350 m de altura, devastou a ilha, em 1902, passando a ser denominada, aquela atividade, como erupção peleana. Esta erupção se caracteriza pela saída extremamente violenta e estrondosa, através de fendas, de nuvens escuras, carregadas de materiais sólidos em suspensão. Essas nuvens ardentes têm velocidade inicial acima de 550 km/hora, e são formadas por fluidos gasosos que se deslocam com temperaturas superiores a 1000 graus centígrados. As lavas são muito silicosas e viscosas. Nos lagos de lava, muitas vezes ao se romperem as bolhas, há uma formação de vidro basáltico que se assemelha a madeixas de cabelo, denominada cabelos de Pelée. Também se formam pequenas gotas de vidro vulcânico, chamadas lágrimas de Pelée.
      O uso de velas está profundamente difundido por toda parte, em trabalhos, altares, cerimônias, etc., mas poucos sabem o que significa uma vela acesa. Quando colocamos um copo com água em nossos trabalhos, estamos energizando-os com a força de Yemanjá; quando acendemos uma vela, naquela chama estamos trazendo a energia de Pelee. Por isso o grande número de velas que encontramos nos mais diversos lugares, com o propósito de trazer a Luz mas que, na verdade, trazem a força de Pelee, poderosa e ativa para fortalecer nossas homenagens à Espiritualidade e fazer nossa ligação espiritual. No Templo, em todos os trabalhos podemos ver as velas; nos cemitérios, no ponto central de força, que é o Cruzeiro, há sempre muitas velas acesas para ajudar aqueles espíritos que por ali perambulam; nas Igrejas, diante dos santos, são acesas velas para fortalecer os pedidos de ajuda; as vítimas fatais de acidentes nas vias públicas sempre recebem uma vela acesa para iluminar seus caminhos; e assim por diante, sempre notamos a presença de uma vela que, sob os mais variados pretextos, é acesa para marcar um ponto de força – a força do fogo, a energia da Princesa Pelee.
      Sua atuação se faz marcante nas águas termais, como temos em Caldas Novas, onde o lençol de água passa por regiões ainda de formação vulcânica, que o aquece, e onde se mistura a energia da Princesa Pelee com a de Mãe Yemanjá, resultando num líquido de grande poder curador e desobsessivo.
      Na nossa Doutrina não foi divulgado esse esclarecimento, que obtive através de uma surpreendente manifestação daquela entidade quando em visita ao Parque dos Vulcões, no Hawai. Ali, próximo ao vulcão Kilowea (foto ao lado), podíamos sentir grandiosa energia. Havia um solo interessante, em que muita fumaça saía de diversos buracos do chão, em meio a um mato ralo. Lembrei-me da situação da pitonisa em Delfos, na Grécia, que incorporava na força da fumaça vulcânica que a envolvia no tripóide. Resolvi fazer uma experiência, e pedi à minha ninfa que ficasse de pé, no meio daqueles pontos de fumaça, sendo ela logo envolvida por uma tênue névoa. E, para minha surpresa, manifestou-se uma entidade de poderosa energia, que me deu boas-vindas à sua casa e se apresentou como a Princesa Peleh, esclarecendo-me sobre esse grande componente das energias naturais, que é o fogo, e sua participação na maioria de nossos trabalhos. Mais tarde, no Templo, recebi a confirmação daquele aprendizado através de Mãe Yemanjá e de Mãe Tildes.
      A Princesa Peleh ainda falou do poder das chamas, há milênios usadas para a purificação dos desencarnados, cujos corpos são queimados nas piras, e também da energia produzida pelas fogueiras, em festividades e cerimônias como fazem os grupos ciganos e nas comemorações juninas. E alertou para o cuidado que devemos ter quando se trabalha com essas forças, que são extremamente ativas e intensas, porque sempre buscam a purificação.
      O Elemental do Fogo é a Salamandra, entidade que assume várias formas, com cores e dimensões variadas, trabalhando a energia ígnea para purificação e transmutação de substâncias minerais e formação de solos.
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