João Batista - Acervo Koatay 108

Ir para o conteúdo

João Batista

               
      É o último dos profetas do Antigo Testamento, vindo com a missão de preparar o povo de Israel para a chegada do Messias, anunciando que Ele já estava na Terra. E são palavras de Jesus (Lucas VII, 28): “De entre os nascidos de mulher, não há ninguém maior do que João!”.
      Zacarias, sacerdote do Templo, já de idade avançada, foi trabalhar com o incenso no Santo, e teve a visão do anjo Gabriel que lhe anunciou a próxima chegada de um filho. Zacarias duvidou, porque sua esposa, Isabel, era estéril. Então Gabriel lhe disse que, por ter duvidado dele, Zacarias ficaria mudo até que seu filho nascesse.
      Isabel engravida, e é relatada, nos Evangelhos (Lucas, I – 41 a 44), a alegria que o feto manifesta ao receber a visita de Maria, grávida de Jesus, ali se revelando o grau elevado daquele espírito reencarnado. Ao nascer, em data estabelecida como 24 de junho, Zacarias escreveu que a criança deveria receber o nome de João, confirmando o que queria Isabel.
      João Batista foi criado dentro da educação hebraica, com seus pais ensinando-o a respeitar os mandamentos e os preceitos do Senhor, mas, por sua trajetória espiritual, foi entregue, em torno dos sete anos, aos Essênios, em Qumrân, onde teve toda uma preparação doutrinária e, por extensão, a sabedoria de poder manter-se bem nas demoradas passagens pelo deserto. Mas, João não se deixou dominar pelas ideias essênicas, assumindo sua missão especial de anunciar a chegada do Messias, não como alguma coisa vindoura, num futuro, mas como fato já consumado.
      Praticando os batizados nas águas do rio Jordão, João Batista apregoava a já chegada do Messias, e que Ele chegaria para ser batizado, não com água, mas, sim, com o Espírito Santo e fogo. E esse sagrado momento acontece, e vendo Jesus se aproximando, aponta-O, dizendo ao povo: “Eis o Cordeiro de Deus!”
      O trabalho evangélico de João Batista foi grandioso, e sua atuação o consagrou como o grande nome do catolicismo. Inúmeros discípulos seus se tornaram discípulos de Jesus, sendo batizados “em nome do Senhor Jesus”. Sua enérgica pregação alcançava quase todas as populações daquela região, pregando a misericórdia e a bondade, o valor das penitências, tudo o que foi demonstrado por Jesus. Fazia, também, pesada crítica aos Fariseus e Saduceus por suas falsidades, maus costumes e explorações do povo.
      Com essas críticas permanentes, João Batista tornou-se alvo do ódio daquelas duas classes dominantes. Quando fez críticas ao rei Herodes Antipas, que largara sua esposa, filha do rei Aretas, e passara a viver com Herodíade, mulher de seu irmão Herodes Filipe, foi preso, apesar de Herodes ter opinião de que João Batista era “um homem justo e santo!”
      Na verdade, Herodes tinha profunda atração por Salomé, que fora mulher do tetrarca Filipe, bela filha de Herodíade que lhe negava seus favores, em respeito à situação da mãe. Salomé havia, sem obter sucesso, tentado conquistar João Batista, e estava muito despeitada por não ter obtido êxito na tentativa de desmoralizar o profeta. Por isso, após dançar sensualmente para Herodes, deixando-o completamente tomado pelo desejo, exigiu que, para ficar com ele, queria a cabeça de João Batista em uma travessa.
      Transtornado, Herodes mandou executar João Batista, em data estabelecida como 29 de agosto, sendo trazida sua cabeça para júbilo de Salomé que, daquela maneira, se vingava pelas ofensas à sua mãe e pelo desprezo demonstrado pelo profeta.
      A comemoração popular, demonstrando a grande penetração da força de João Batista e de suas pregações, é evidente pelas festividades muito antigas no dia de seu nascimento, com muita alegria e fogueiras, que substituíram as festas pagãs do solstício, em todo o mundo cristão.
      JOÃO (1, 29 A 34): No dia seguinte João viu Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. Este é aquele de quem eu disse: Depois de mim vem um varão que passou adiante de mim, porque antes de mim ele já existia. Eu não o conhecia; mas, para que ele fosse manifestado a Israel, é que vim batizado em água. E João deu testemunho, dizendo: Vi o Espírito descer do céu como pomba, e repousar sobre ele. Eu não o conhecia; mas o que me enviou a batizar em água, me disse: Aquele sobre quem vires descer o Espírito, e sobre ele permanecer, esse é o que batiza no Espírito Santo. Eu mesmo vi e já vos dei testemunho de que este é o Filho de Deus!
      Voltar para o conteúdo