Mantras - Acervo Koatay 108

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Mantras

               
      A energia mental alimenta a força mediúnica através de movimentos e sons, normalmente cadenciados e rítmicos, de origem transcendental, denominados mantras, composto este termo por dois elementos: man = mente + tra = libertação.
      Na Doutrina do Amanhecer, com a Corrente Indiana do Espaço e as Correntes Brancas do Oriente Maior, é usada a música modal, mântrica, que exerce efeito muito poderoso sobre a consciência, o espírito e o padrão vibratório, com reflexos no equilíbrio do plexo físico. Nos diversos trabalhos são emitidos mantras que modificam as energias dos pacientes pela vibração cantada, emissão de ectoplasma animal pelos mestres e ninfas presentes.
      Geralmente somos sensíveis à música, em que as melodias, as letras e as vozes nos emocionam de alguma forma, podendo nos recordar emoções positivas ou negativas. Na Doutrina, como em outras linhas, a música e mantras nos sintonizam com aquele momento e aquele trabalho espiritual que estamos realizando, envolvendo nosso estado de espírito e indo buscar as origens das forças que se movimentam em nosso redor. De forma geral, quando vamos ouvir música, fazemos isso em decorrência do nosso estado de espírito e do nosso momento psicológico. Quando vamos fazer um trabalho espiritual, na linha do Amanhecer, temos os mantras transmitidos pela Espiritualidade Maior, com suas aplicações bem definidas.
      Para atuar de forma positiva, combinando a energia das formas-pensamentos com a ação de forças etéricas, astrais e físicas, os mantras reativam os chakras, agindo como chaves que abrem o processo genético etérico, sendo poderosos condutores das palavras, chaves verbais com sílabas harmoniosas que, ao serem emitidas, agem sobre o ambiente e sobre as pessoas, levando ao despertar do mental energético, harmonizando a mente humana e as funções neuro-cerebrais, determinando o equilíbrio do plexo físico, o que resulta na ampliação das forças positivas aplicadas nos diferentes trabalhos.
      Os mantras são chaves verbais agregadas à energia dos sons harmoniosos, agindo na concentração da mente e provocando modificações inesperadas e vigorosas, ampliando a sensação de força e poder interior de quem os emite, acomodando os espíritos, integralizando as energias espirituais, dispersando emoções, fazendo a purificação física e espiritual de todo o ambiente onde se realiza o ritual.
      Ao emitir um mantra, o espírito capta, pela audição do plexo físico e pela vibração etérica, o sentimento da melodia e sua origem energética que geram a formação das sinapses (conexão dos neurônios) no cérebro harmonizadas com as emoções e, o que é muito importante, com a memória transcendental, que é trazida através do tempo e do espaço para a realização de determinado trabalho.
      O mantra é como um espelho da ressonância cósmica. O melhor exemplo é no trabalho de Imantração, quando grupos de missionárias percorrem o interior do Templo, todas emitindo mantras que vão descarregando cargas negativas dos pacientes, ao mesmo tempo desimpregnando as paredes, as colunas e todas as superfícies da estrutura do Templo, libertando irmãozinhos que ficaram ali presos por não terem recebido a força suficiente para seus encaminhamentos.
      Na nossa Doutrina, consideramos mantras as orações e preces, como o Pai Nosso – o Mantra Universal –, a Prece de Simiromba e outras, e também alguns hinos, que integram o fascículo “Hinos Mântricos”, e se constituem em vetores energéticos, verdadeiras linhas de força que agem como chaves para as falanges e combinação de energias para a realização de cada tipo de trabalho.
      Quando fala ou canta um mantra, o médium emite uma carga de ectoplasma, criando condições para que sua mente receba em troca, através do seu Eixo Solar, uma energia crística que lhe permita acesso a estados extraordinários de consciência. Como auxiliar na meditação, o volume deve ser baixo, e ir diminuindo na medida em que se consegue penetrar na mente.
      O mais famoso exemplo de mantra, difundido pelo Budismo, é o "om" (pronuncia-se AUM), o início de "om mani padme hum", que quer dizer "ó maravilhosa flor de lótus", considerado como uma sílaba sagrada que representa a Verdade Absoluta. O OM, segundo os antigos manuscritos da Índia – a Mandukya Upanishades – representa o conceito integral do som cósmico e, por isso, harmoniza o próprio indivíduo, moldando e reorganizando toda a matéria através da coesão dos átomos, originando a própria vida. O OM foi tratado desde os tempos dos Bramanas, como uma sílaba mística que representava a essência dos Vedas e todo o Universo. Ao ser expresso numa pronúncia prolongada, permite a penetração no silêncio aberto ao infinito, exprimindo a Realidade absoluta, que é inefável e indivisível.
      Na tradição tibetana, a música ritual possui as qualidades eternas da vida espiritual, e são como uma oração em seu aspecto meditativo e de transformação.
      O mantra ajuda o relaxamento profundo e aguça a percepção. Cada palavra usada em um mantra desperta um significado ou um símbolo na consciência, e vai concentrando a atenção do médium, que cada vez mais penetra no plano espiritual.
      Segundo o budista Sathya Sai Baba, “o OM é o símbolo do eternamente imutável, universal e supremo Deus. O OM é o som do movimento das estrelas no firmamento; é o som que se manifestou quando a aurora da Vontade Criadora moveu o Sem-atributos para a Atividade. O OM é composto de três sons: “A‟, que emerge da região do umbigo; “U‟, que flui através da garganta e da língua; e “M‟, que se encerra nos lábios fechados. Ele deve ser pronunciado aumentando-se a intensidade da maneira mais lenta possível, e tão lentamente como cresceu deve diminuir, até que após o “M‟ haja o eco do silêncio reverberando na cavidade do coração. O OM deve ser recitado lentamente com cuidadosa consideração. Seu som deve ser como de uma aeronave distante se aproximando de você e logo se distanciando – suave no início mas gradualmente se tornando mais e mais intenso e então lentamente voltando ao silêncio. OM é o nome de Deus que encontra aceitação universal. Os cristãos dizem “Amém‟ todos os dias em suas preces. “Amém‟ é apenas uma forma diferente de “OM‟. O OM é de importância a todos, ele é de serventia a todos. Ele está além de todas as barreiras de tempo, região, religião e cultura e pode ser pronunciado por todos os homens. O Universo inteiro vibra com o som do OM. Lembre-se de que você deve se fundir em Deus da mesma forma que uma bolha d’água se funde na água que a originou – cante repetidamente o OM em seu interior.
O Budismo recomenda uma série de mantras que devem ser emitidos repetitivamente, pelo menos oito vezes, na mentalização, visando o ideal equilíbrio dos chakras:
  • LAN (para o chakra básico);
  • VAN (chakra umbilical);
  • RAM (chakra do plexo solar);
  • IAM (chakra cardíaco);
  • HAM (chakra laríngeo);
  • OM (terceira visão); e
  • SHAM (chakra coronário).
      Em religiões afro-brasileiras, são muito usados os "pontos", para que cheguem as entidades, e que, na verdade, se constituem mantras, que fazem a aproximação delas com seus aparelhos de incorporação.
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