Poder - Acervo Koatay 108

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Poder

               
      Cada um de nós traz, dentro de si, instintos, forças que nos impelem ao crescimento interior, com o consequente comportamento em relação aos que nos cercam, determinando, em nossa esfera de ação, a aplicação de pensamentos, palavras e ações para a realização de nossas responsabilidades, não só na vida familiar, como social, profissional e espiritual. São estas características que nos concedem autoridade e poder em diversos segmentos de nossa vida neste planeta.
      Aquele que detém um poder é, na realidade, quem impõe aos demais a sua vontade, apesar das resistências ou falta de legitimidade daquela posição. É o influxo real de uma pessoa – ou grupo – sobre outras pessoas ou grupos, independentemente da legitimidade ou moralidade desse influxo, que constitui um domínio sobre os outros. De modo geral, o Homem se aproveita de sua superioridade para explorar as diferenças.
      De modo geral, o poder significa autoridade em determinado segmento de indivíduos ou ideias. O ser humano em seus diversos segmentos – sociais, políticos e empresariais – sempre estabelece um comando que projeta o poder de uns poucos sobre a maioria e envenena todos os níveis de relacionamento. Esta hierarquia precisa de muita proteção para existir, e isso vai exigir regras e suas aplicações, leis e suas aplicações, ações defensivas e de punições que vão prejudicando o relacionamento dos indivíduos, exceto no que se relacione com os que detêm o poder. Surgiram os sistemas de poder através dos séculos, com guerras e revoluções, com povos sendo cada vez mais manipulados, através da evolução dos meios de comunicação, com vistas à manutenção dos sistemas político, econômico, social e religioso favoráveis àqueles que detêm o poder. O relacionamento entre os homens passou a depender de uma hierarquia, de um poder, na realidade, fictício.
      Convivemos com as diversas formas do poder no nosso dia-a-dia, desde o político que nos governa, o social que nos condiciona o relacionamento, o profissional que dirige nossos trabalhos materiais, o espiritual que nos direciona a vida, e até o nosso poder individual, que nos dá a tônica de nossa real personalidade.
      Assim, a ascendência e aptidões básicas, a herança econômica ou social, o grau de instrução e capacitação profissional, a situação econômica ou financeira e o prestígio crescente e envergadura moral e espiritual são, de modo geral, condições que levam a pessoa a ter o poder.
      No plano físico, material, o poder está relacionado com as classes sociais e áreas profissionais, constituindo-se na capacidade de impor a própria vontade ou ideias, dando, assim, o tom, a ideologia e a forma daquele grupo.
      Todos nós temos poderes e suas respectivas responsabilidades. Alguns o aplicam de forma positiva, compreendendo e expressando o amor, harmonizado e equilibrado em suas atividades, conseguindo elevar seu nível vibracional, enquanto outros são vítimas de seu próprio egoísmo e prepotência, e usam o poder como domínio, desconhecendo os direitos e os sentimentos dos outros.
      Jesus nos ensinou que o amor elimina o exercício do poder entre a Divindade e os humanos e, na maioria dos seres humanos, o amor, a tolerância e a humildade os harmoniza, como acontece com os casais, nos quais faz desaparecer a opressão e estabelece a perfeita harmonia de ideias, de compreensão e de ação. Quando não se consegue este clima, surge o sofrimento e o baixo padrão vital, levando à separação e ao não cumprimento de fatores cármicos.
      Uma fase crítica está sendo atravessada pela Doutrina do Amanhecer, quando existe uma ilusão de alguns dirigentes baseada no poder que julgam ter, desprezando a Espiritualidade, os ensinamentos de Koatay 108 e os princípios da Doutrina.
      Acontecimentos inéditos abalaram muitos médiuns, que se afastaram, e perturbam o bom andamento dos trabalhos, já tendo acontecido até mesmo no Templo, por exemplo, quando por ocasião da Consagração de Falanges Missionárias, em 12 de outubro de 2007, um lamentável confronto entre Trinos e Arcanos, em pleno Radar e com o Retiro aberto, gerou uma situação de grande desequilíbrio para a maioria dos presentes. Tudo com base em conceitos egoístas e de falso poder, porque as consagrações e demais trabalhos são realizados, em sua maior parte, nos planos espirituais, conduzidos pelos Mentores, pelos Ministros, Cavaleiros e Guias Missionárias, e não dependem de ninguém aqui na Terra para serem efetuados. Já houvera o precedente do 1º de Maio, quando inúmeros médiuns se revoltaram por terem sido impedidos de participar por seus Adjuntos.
      O grande perigo que estamos correndo é de estarmos prejudicando o lado espiritual da Doutrina e reforçando o material, fato que comprometeu a caminhada de todas as outras religiões do planeta! Tudo em nome de uma disputa por poder, esquecidos de que nenhum de nós tem poderes tão grandes que não tenha que se submeter às responsabilidades de sua própria missão. Deviam se lembrar de que, se alguma superioridade temos, devemos usa-la para servir e não para explorar.
      Quando ouvimos falar que Jesus sofreu a crucificação para nos salvar, poucos entendem que Ele mostrou o amor e a mansidão, a entrega e a não-agressão, porque, realmente, tinha um poder grandioso, mas preferiu sofrer em si mesmo a incompreensão e a agressividade dos homens, em nome do Amor, e não ser o Todo Poderoso, que na realidade era, e destruir aqueles seus algozes. Nossa salvação está nessa lição de amor e respeito que nos deu o Divino e Amado Mestre.
      Os poderes de um Jaguar equilibrado são imensos mas limitados, embora ele pode alcançar forças em planos muito elevados, através de suas emissões, e aplicá-las na Lei do Auxílio, com obtenção de fenômenos desobsessivos e curadores, para isso devendo aprimorar sempre seus conhecimentos, mantendo rigorosa conduta doutrinária e moral, vibrações positivas mesmo diante de quadros difíceis de dores e provocações espirituais. Em sua subida hierárquica, dentro da Doutrina, ele não aumentará poderes, mas, sim, sua responsabilidade.
      Atuando dentro da Doutrina do Amanhecer temos a assistência de poderosos espíritos, que nos transmitem parte de seus poderes para que, juntando-os aos nossos, possamos ser instrumentos do amor de Jesus e de Deus Pai Todo Poderoso. Quando falamos dentro da Doutrina não estamos dizendo dentro do Templo. Cada um de nós, Jaguares do Amanhecer, deve estar consciente de sua missão. Muitos acham que saindo, cruzando o portão, passam a ser uma pessoa como as outras. Engana-se, porque tanto no Templo como na vida comum, ele é um mestre, ou ela é uma ninfa, com um plexo iniciático e tem que caminhar dentro da conduta doutrinária. A única postura diferente é que, no Templo, ele tem a oportunidade de um comando, de uma posição que muitos julgam de grande poder, enquanto, lá fora, é um simples e humilde trabalhador. Ignora que hierarquia, na Doutrina do Amanhecer, não é privilégio e, sim, maior responsabilidade.
      Muitas vezes um paciente está aguardando, humildemente, ser atendido em um Trono, num trabalho comandado por um mestre orgulhoso do seu posto. Entretanto, nos planos superiores, aquele paciente tem uma hierarquia muito acima daquele comandante.
      Devemos ter em mente que, em qualquer parte desse nosso planeta, sempre existe um que é o mais forte, outro que é o mais bonito, outro que é o mais rico, outro que é o mais sábio, e assim por diante. O importante é que todos saibam que o caminho da perfeição não é a sujeição mas, sim, o trabalho dentro da Lei Crística do amor, da tolerância e da humildade.
      Não podemos deixar que a sede do poder nos torne miseráveis, que são todos os que não conseguem falar com Deus, segundo o grande escritor Mário Quintana.
      Tudo nos leva a aprender que o maior poder de nossas vidas é Deus!
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