Pulsão
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Pulsão é a energia que promove a ação e orienta a pessoa para certos fins, através do objeto. Emite uma força nativa que se projeta de uma fonte de energia vital, fazendo com que o indivíduo aja de acordo com suas vontades mais profundas e, por isso, muitas vezes de acordo com a sinalização de sua sombra.
Segundo o Dicionário de Psicanálise, de Elizabeth Roudinesco e Michel Plon (Jorge Zahar Editor), e Vocabulário Contemporâneo de Psicanálise, de David E. Zimerman (Ed. 2001 da Artmed), pulsão é o termo empregado por Freud que, a partir de 1905, tornou-se um grande conceito na psicanálise, definido como a carga energética que se encontra na origem da atividade motora do organismo e do funcionamento psíquico inconsciente do Homem. A pulsão representa o conceito de algo que é limite entre o somático e o psíquico.
Toda pulsão implica a existência de quatro fatores que lhe são inerentes:
- FONTE – As pulsões provém das excitações corporais ditadas pela necessidade de sobrevivência;
- A FORÇA – Determina o aspecto quantitativo da energia pulsional, ou seja, representa o importante aspecto econômico do psiquismo, podendo ser comparado ao conceito de quantum de excitação que tende à descarga;
- A FINALIDADE – Primariamente é a descarga da excitação para conseguir o retorno a um estado de equilíbrio psíquico, segundo o princípio da constância ou homeostasia, equivalente ao Nirvana, que alude ao fato de o organismo tentar reproduzir o idílico estado intra-uterino;
- O OBJETO – Muito variável e mutável, é o capaz de satisfazer e apaziguar o estado de tensão interna oriundos das excitações do corpo, ou que, no mínimo, sirva-lhe como um mero depósito de descarga.
A cada finalidade pulsional corresponde um determinado objeto. Um exemplo é a fome, cuja finalidade é sua satisfação, e cujo objeto é o alimento.
A pulsão tem ainda, segundo Freud, as seguintes características: o seu deslocamento de uma zona corporal para outra; o intercâmbio entre as pulsões; a compulsão à repetição; e as transformações das pulsões.
Freud, em 1921, inicialmente, postulou a existência de duas pulsões:
- As pulsões do ego – de auto-preservação ou de interesse do ego; e
- As pulsões sexuais – da preservação da espécie, que ele denominou libido, que, em termos genéricos, designa “todas as pulsões responsáveis por tudo aquilo que compreendemos sob o nome de amor”.
Posteriormente, estabeleceu uma nova dualidade: as pulsões da Vida (Eros) – abrangendo as pulsões sexuais e de auto-conservação, passando a libido a ser considerada como energia provinda desta pulsão; e as pulsões da Morte (Tanatos).