Psicose
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Segundo o Dicionário de Psicanálise, de Elizabeth Roudinesco e Michel Plon (Jorge Zahar Editor), psicose é termo introduzido pelo psiquiatra austríaco Ernst von Feuchtersleben, em 1845, para substituir o vocábulo loucura e definir os doentes da alma numa perspectiva psiquiátrica. As psicoses opuseram-se, portanto, às neuroses, consideradas como doenças mentais da alçada da Medicina, da Neurologia e, mais tarde, da Psicoterapia. Por extensão, o termo psicose designou, inicialmente, o conjunto das chamadas doenças mentais, fossem elas orgânicas (como a paralisia geral) ou mais especificamente mentais, restringindo-se depois às três grandes formas modernas da loucura: esquizofrenia, paranóia e psicose maníaco-depressiva.
A partir de 1894, Freud a conceituou inicialmente como termo que designava a reconstrução inconsciente, por parte do sujeito, de uma realidade delirante e alucinatória. Em seguida, foi inscrita numa estrutura tripartite, na qual se diferencia da neurose, por um lado, e da perversão, por outro.
PSICOSE MANÍACO-DEPRESSIVA
Já no século XX, a partir dos termos psicose, mania e depressão, essa denominação foi usada para designar, ao lado da paranóia e da esquizofrenia, o terceiro grande componente moderno da psicose em geral. Caracteriza-se por perturbações do humor, que assumem a forma de uma alternância entre estados de agitação maníaca (ou exaltação) e estados melancólicos (tristeza e depressão).
PARANÓIA
Tornou-se, ao lado da esquizofrenia e da psicose maníaco-depressiva, um dos três componentes modernos da psicose em geral. Caracteriza-se por um delírio sistematizado, pela predominância da interpretação e pela inexistência de deterioração intelectual. Nela se incluem o delírio de perseguição, a erotomania (delírio produzido pelo amor sensual), o delírio de grandeza e o delírio de ciúme. Freud designou a paranóia como uma defesa contra a homossexualidade. Lacan a considerou a própria essência do processo psicótico.