Religião
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Em lugar da evolução marcada pelo espírito, com o poder da criação e características próximas de Deus, pois está mais próximo da eternidade, a mudança fundamental da Terra, depois de algum tempo após a chegada dos Equitumans, foi sendo realizada com base na alma, o que significa conflitos, relacionamento pelas diferenças, ações desencadeadas por fatores positivos ou negativos, marcada do já criado, do transitório, da elaboração transformista.
Houve momentos em que, por consequência de movimentos telúricos, com cataclismos e movimentação das placas terrestres, predominava o plano puramente físico; outras fases, em que predominavam as lutas entre as civilizações mais avançadas e outras menos evoluídas, predominava o plano psíquico.
Com tudo isso, o espírito só conseguia predominar em pontos restritos e herméticos, atravessando os séculos em segredos profundamente guardados na tradição oral e escrita das doutrinas secretas, no segredo das iniciações, do ocultismo e do esoterismo, se aprofundando, evoluindo e se revestindo de características próprias, adequadas à região ou à missão envolvida nos diversos grupos.
Daí foram se formando as religiões, nascidas do psiquismo, dos anseios da alma e da necessidade de apaziguar as angústias, o que deu lugar ao caráter humano e antropomórfico dessas religiões, não permitindo a religião divina. Desde muitos anos passados, o Homem explora a religião, em suas diversas manifestações apenas físicas e opressoras, de acordo com a evolução de seu espírito. Mesmo com a presença de Jesus a maioria não entendeu, à época, o que nos trouxe o Divino e Amado Mestre. Quando Jesus esteve na Terra, a seita dos fariseus era a mais prestigiada naquelas regiões, influenciando e dominando a maioria, e foi muito visada pelo Mestre em suas parábolas e ensinamentos, pois era apenas um grande conjunto de práticas exteriores, de cultos e cerimônias que expressavam seu orgulho e seu poder.
Tornou-se a religião um simples modelo de comportamento, regulada por ditames variáveis no espaço e no tempo.
Em suas raízes, a palavra religião tem duas linhas: uma, derivada de relegere, que significa “considerar cuidadosamente”, isto é, o procedimento consciente e cuidadoso no desempenho de todas as obrigações, mesmo penosas, com relação aos deuses; outra, dá sua origem em religare, o que significa “religar” ou “prender”, designando a ligação do Homem com o Ser Superior.
Em suma, a religiosidade foi baseada em:
a) crença em forças e poderes sobrenaturais, consideradas como criadoras do Universo e, como tais, devendo ser adoradas e obedecidas;b) canalização dessas forças e poderes através de doutrinas e rituais próprios, envolvendo preceitos éticos e morais; ec) desejo de salvação do Homem e de sua alma.
Nessas bases se erguem as mais diversas teorias e dogmas, compreendendo:
- objetos sagrados (Céu, Terra, estrelas, astros, animais, vegetais e minerais, água, ar, fogo, etc.);
- lugares sagrados (Céu, cachoeiras, lagos, cavernas, etc.);
- tempos sagrados (início das estações, datas determinadas, eras, etc.);
- rituais sagrados (captação de forças sobrenaturais);
- palavras sagradas (oráculos, profecias, dogmas, orações, preces, etc.);
- escrituras sagradas (magia, fórmulas mágicas, dogmas, testemunhos de milagres, etc.);
- o Homem e a Mulher sagrados (sacerdotes, feiticeiros, monges, místicos, mártires, etc.); e
- as sociedades sagradas (ordens religiosas, monastérios, tribos, clãs, grupos, sociedades, etc.).
- Através dos tempos, as religiões se modificaram e os contatos com os Grandes Mestres foram ficando cada vez mais difíceis. Iniciados e sacerdotes que podiam contatar espíritos de planos superiores foram rareando. Espíritos de grandes Orixás reencarnavam em missões dificílimas, e, em sua maioria, eram derrotados pela alma barbarizada. Toda essa grosseria humana foi impedindo o Homem de manipular forças extraterrestres.
Para a manipulação de forças etéricas, entrar em contato com os planos superiores, os Mestres materializados se isolavam em regiões desérticas, onde faziam construções funcionais para se adequarem aos trabalhos a serem realizados, chamadas jinas, que eram protegidas pelas falanges de elementais.
A religião tem que ser algo muito profundo e muito íntimo em cada Homem, trazendo-lhe harmonia, alegria de viver e, sobretudo, a esperança de seguir um seguro caminho para sua evolução. Não basta a prática dos sacramentos – batismo, confissão, crisma, matrimônio, missas, procissões, novenas – que embasam as religiões do Homem, mas é necessário despertar a força interior das pessoas, acordando-as para a caridade, para o perdão, para a solidariedade, para a misericórdia, enfim, para todos os valores do espírito ligados ao amor, à tolerância e à humildade.
Em João (XVI, 12 a 14) temos: “Tenho ainda muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora; quando vier, porém, o Espírito da Verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará as coisas que hão de vir. Ele me glorificará porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar.” Jesus nos falava da condição de nossos espíritos, à época, que não tinham como absorver todo o seu ensinamento. Com nossa marcha evolutiva, nossos conhecimentos foram se ampliando e nossa consciência conseguiu o estágio necessário para perceber o Espírito da Verdade.
Paulo (I Tess., V, 21) ensinou: “Examinai tudo, mas abraçai só que for bom!” Isso significa que devemos buscar sempre o que achamos que é bom para nós, e tudo irá depender do estágio do nosso espírito naquele momento. Sabemos que depende de nossas condições íntimas avaliar o que é bom para nós. A isso se deve um grande número de pessoas que vão mudando de religião, de acordo com a variação do conceito do que é bom para elas.
O vemos, na verdade, é uma progressiva transformação nos cultos religiosos, uma espécie de modernização religiosa onde o físico vai ampliando seu espaço e vai a espiritualização sendo esquecida.
Nesse princípio do Século XXI, com o progresso tecnológico em expansão, observamos o crescimento de muitas linhas religiosas em termos de quantidade. Essa popularidade é incrementada pelos apelos à imaginação, à ambição e à eliminação de angústias provocadas pela vida moderna, de competição e isolamento.
Excitam-se as emoções e cultos são realizados de forma inédita e surpreendente, com irresistível apelo ao que é novo e sensacional. Nos países mais ricos, a tecnologia transforma um culto religioso em magnífico espetáculo de luzes e cores, movimentos e sons.
A maioria não é movida pela religião, pela palavra divina, nem se deixa levar pelo apelo de uma vida simples, dedicada à Lei do Auxílio e ao conhecimento dos ensinamentos das palavras do Divino e Amado Mestre Jesus. Não há renúncia aos valores materiais. Pelo contrário, é exarcebado o apego às coisas terrenas, com arrecadação estimulada de dinheiro e bens materiais, e abandonados a razão desapaixonada e os ensinamentos dos apóstolos e dos profetas.
A maioria dos religiosos se compõe de homens e mulheres céticos e incrédulos, sem qualquer disposição de renunciarem ao orgulho e ao amor do mundo, sem terem o aprendizado que os ajudaria no cumprimento de seus carmas e na sua elevação efetiva do espírito.
Para a maior parte das pessoas, ir a um culto numa igreja, atualmente, se tornou um entretenimento, porque não encontram o caminho para a verdadeira religião. Vão e participam de quermesses, leilões, representações teatrais, conjuntos musicais, gesticulam ativamente enquanto cantam músicas festivas, mas onde a verdadeira palavra de Jesus é substituída pelos sermões bem distantes dos ensinamentos sacros.
Na verdade, esse é o panorama que o Vale das Sombras vem lutando, desde muitos séculos, para oferecer à humanidade, através do enfraquecimento progressivo das igrejas Crísticas.
De modo geral, o poder significa autoridade em determinado segmento de indivíduos ou ideias. O ser humano em seus diversos segmentos – sociais, políticos e empresariais – sempre estabelece um comando que projeta o poder de uns poucos sobre a maioria e envenena todos os níveis de relacionamento. Esta hierarquia precisa de muita proteção para existir, e isso vai exigir regras e suas aplicações, leis e suas aplicações, ações defensivas e de punições que vão prejudicando o relacionamento dos indivíduos, exceto no que se relacione com os que detêm o poder. Surgiram os sistemas de poder através dos séculos, com guerras e revoluções, com povos sendo cada vez mais manipulados, através da evolução dos meios de comunicação, com vistas à manutenção dos sistemas político, econômico, social e religioso favoráveis àqueles que detêm o poder. O relacionamento entre os homens passou a depender de uma hierarquia, de um poder, na realidade, fictício.
Convivemos com as diversas formas do poder no nosso dia-a-dia, desde o político que nos governa, o social que nos condiciona o relacionamento, o profissional que dirige nossos trabalhos materiais, o espiritual que nos direciona a vida, e até o nosso poder individual, que nos dá a tônica de nossa real personalidade.
Assim, a ascendência e aptidões básicas, a herança econômica ou social, o grau de instrução e capacitação profissional, a situação econômica ou financeira e o prestígio crescente e envergadura moral e espiritual são, de modo geral, condições que levam a pessoa a ter o poder.
No plano físico, material, o poder está relacionado com as classes sociais e áreas profissionais, constituindo-se na capacidade de impor a própria vontade ou ideias, dando, assim, o tom, a ideologia e a forma daquele grupo.
Todos nós temos poderes individuais e suas respectivas responsabilidades. Alguns o aplicam de forma positiva, compreendendo e expressando o amor, harmonizado e equilibrado em suas atividades, conseguindo elevar seu nível vibracional, enquanto outros são vítimas de seu próprio egoísmo e prepotência, e usam o poder como domínio, desconhecendo os direitos e os sentimentos dos outros, como podemos ver, de modo geral, na prática das religiões. Em todas elas foram criadas pirâmides de poder e concentração de forças, com vistas à proteção não só coletiva mas, especialmente, de suas ideias e finalidades, calcada em compromissos e obrigações bem distantes do que nos foi ensinado pelo Divino e Amado Mestre Jesus.
Ao invés de serem caminhos para a libertação do espírito, as religiões se tornaram opressoras das mentes e, em muitos casos, radicalmente contra os princípios crísticos que motivaram sua criação, deturpando até mesmo as Escrituras para se servirem de textos modificados da obra original.
Jesus nos ensinou que o amor elimina o exercício do poder entre a Divindade e os humanos e, na maioria dos seres humanos, o amor, a tolerância e a humildade os harmoniza, como acontece com os casais, nos quais faz desaparecer a opressão e estabelece a perfeita harmonia de ideias, de compreensão e de ação. Quando não se consegue este clima, surge o sofrimento e o baixo padrão vital, levando à separação e ao não cumprimento de fatores cármicos.
Como a maior parte das religiões abriga uma grande soma de conhecimentos que são restritos a um pequeno círculo dominante, devendo a massa dos seguidores aceitar e obedecer sem qualquer questionamento, destacamos o fato de que, no Vale do Amanhecer, nossa Doutrina é clara e sem segredos ou dogmas, sendo mais uma Ciência do que uma Religião, pois se fundamenta em fenômenos normais que podem ser alcançados e dominados por qualquer médium, desde que tenha os conhecimentos que o Desenvolvimento e demais cursos lhe proporcionam e suas consagrações, que lhe permitem manipular as forças, e viva dentro da correta conduta doutrinária.
Nada é obrigatório, não existem dogmas na Doutrina do Amanhecer. Tudo passa pela mente do médium antes de chegar ao seu coração.
Nada é proibido, porque temos que aprender a ouvir nossa consciência, e entender porque não agirmos nem pensarmos de maneira errada, pois somos nós que vamos decidir nossa trajetória e sabermos o que podemos mas não devemos fazer.
Nossa Doutrina se baseia no amor incondicional e qualquer espírito que se faça presente em um trabalho é doutrinado, tanto no plano material como no espiritual, com a emissão de ectoplasma portador de amor, mesmo se tratando de um demônio. Isso difere bastante de outras linhas e religiões. Como exemplo, citamos o trecho da apresentação de um trabalho escrito por um bispo condutor de milhares de pessoas por muitas regiões do planeta: “Quem o conhece pessoalmente (referindo-se ao bispo) se contagia com sua ardente fé, pois dedica toda a sua vida a lutar contra os demônios, pelos quais tem repugnância e raiva.”
Aprendemos a lidar com os demônios, nossos irmãos das Trevas, de forma fraterna, não sentindo nem repugnância nem raiva, que são vibrações que alimentam a carga negativa do espírito, mas emitindo sempre o amor e o respeito, que irão iluminar um pouco o negrume de maldade, ciúme e inveja que impedem seu progresso na caminhada para a Luz! Nossa missão não é condená-los e, sim, tentar recuperá-los pelo amor e ensinamentos.
Mas o importante é que ninguém se torne escravo de qualquer religião. A ideia é a de que cada um de nós se sinta feliz e realizado em qualquer das religiões e seitas que pululam ao nosso redor, porque cada espírito tem sua evolução e suas necessidades, e é preciso que seja atendido em seus anseios.
Na Doutrina do Amanhecer, quem quiser sair da Corrente, em qualquer posição que esteja, tem toda a liberdade de sair, sem medo de sofrer represálias, nem materiais nem espirituais, não precisando falar ou se justificar com ninguém. Se, um dia, quiser voltar, pode retornar livremente, e ninguém lhe fará perguntas. Apenas, ao se apresentar, passará por uma revisão de seus métodos de trabalho, para criar confiança em suas ações.
Veja: