Obsessão - Acervo Koatay 108

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Obsessão

               
      A luta entre espíritos desencarnados com um encarnado, que se desenrola no plano físico, é chamada obsessão.
      A personalidade de um espírito encarnado busca a tranquilidade, a satisfação de suas necessidades básicas, a harmonia com seu meio ambiente e com a sociedade em que vive, submetendo-se às leis físicas e sociais que a regem; seu espírito – sua individualidade – busca o conflito e o acerto de contas, a cobrança ou o pagamento de débitos transcendentais.
      Assim, a ligação de um espírito com outro altera o comportamento no plano psicofísico, interferindo na mente e no sistema nervoso central ou no sistema nervoso neurovegetativo, causando desequilíbrios e doenças.
      Na visão científica, a obsessão é uma ideia patológica que invade a consciência contra a vontade da pessoa, de forma incoercível e sempre acompanhada de intensa ansiedade, que gera grande sofrimento pela angústia do paciente.
      Na Doutrina do Amanhecer, a obsessão é um estado de profunda ligação que se faz, geralmente, entre um espírito desencarnado e um encarnado, havendo, todavia, casos em que há falanges obsessoras.
      Na obsessão, a sede de vingança do espírito desencarnado, que está mergulhado no ódio, consegue se ligar à sua vítima por meio da afinidade vibracional, uma sintonia, por estar a pessoa alimentando sentimentos de ambição, de ódio e de insatisfação.
      Quando desencarna com ódio, o espírito não consegue sequer manter a posição invertida ao corpo. Fica desatinado, rodando em círculos e de nada serve sua passagem por Pedra Branca. Sua única meta é vingar-se de quem lhe fez mal.
      Torna-se, assim, um demônio, um obsessor, um espírito que mantém relacionamento direto com um ser encarnado, por afinidade decorrente do relacionamento estabelecido quando ambos habitavam o mesmo plano, e que pode ser interna, se atinge as potências interiores, especialmente a imaginação e o psiquismo, ou externa, se causa perturbação em um ou mais sentidos (visão, audição, olfato, paladar e tato). Mas Tia Neiva dizia que o obsessor, de modo geral, não consegue ver nem ouvir, sendo guiado pelo olfato e pelas vibrações de sua vítima.
      Na Doutrina do Amanhecer consideramos que não existe obsessão entre encarnados, mas, sim, a Possessão, que compreende o Vampirismo – quando um espírito encarnado suga a energia de outro encarnado – e a Cobrança – situação comum, dentro da Lei do Carma, para o reajuste de espíritos transcendentais.
      Na obsessão não há nenhuma ligação entre a vítima e seu obsessor a não ser vibracional. Tudo começa e acaba no aspecto vibracional, tanto por parte do obsidiado como por força dos trabalhos que atuam sobre o obsessor, fazendo com que deixe sua vítima. Porém, tudo se passa exclusivamente na parte vibracional.
Estudos espiritualistas consideram quatro tipos de obsessão:
  • AUTO-OBSESSÃO – processo anímico, em que a própria mente gera um estado patológico, provocando crescente desequilíbrio, normalmente atribuída a um espírito, mas, na realidade, fruto das próprias consequências da Lei de Causa e Efeito, quando o próprio espírito da vítima é que atua por força de reações adversas em sua caminhada, baixando seu padrão vibratório, sendo, na maioria dos casos, uma obsessão de si mesmo;
  • OBSESSÃO SIMPLES – processo inicial, com poucos sintomas sendo percebidos, que vão aumentando e dão à vítima a percepção da ação de uma força exterior, comumente acontecendo com quem não atende às necessidades de trabalho de sua mediunidade, evoluindo para distúrbios mentais e perturbações de efeito físico, tais como visões, ruídos e movimentação de objetos, usadas pelo obsessor com a força ectoplasmática da vítima;
  • FASCINAÇÃO – processo mais acentuado, em que o obsessor já controla a mente da vítima, gerando ilusões e bloqueando o raciocínio, desaparecendo a autocrítica e levando o obsidiado a uma triste situação de desequilíbrio;
  • SUBJUGAÇÃO – processo final, em que a vítima é tomada totalmente pelo obsessor, confundindo-se seu estado com os quadros patológicos de esquizofrenia e loucura, em estado de completo desequilíbrio mental e comprometimento físico, com sistema neuromuscular refletindo uma total descoordenação, tendo alucinações visuais e auditivas, desligamento afetivo, desinteresse pela realidade e profundo desprezo pela vida.
No trabalho “No Limiar do III Milênio”, o Trino Tumuchy nos fala das obsessões:
  1. OBSESSÃO POR DESENCARNADO – a mais comum, quando o espírito encarna e traz o compromisso de reajustes com outros espíritos desencarnados, que passam a lhe criar problemas de várias gradações e naturezas quando as condições de cobrança são desequilibradas;
  2. OBSESSÃO POR FALANGES – feita por falanges de espíritos que cobram algo que lhes foi coletivamente feito por um único espírito que está encarnado e na exploração de fontes de energia que lhes é afim, como nos casos de alcoólatras, políticos, cientistas e líderes sectários;
  3. OBSESSÃO LICANTRÓPICA – a realizada por elítrios;
  4. OBSESSÃO EPILÉTICA – aquela causada pela presença de elítrios no cérebro do encarnado, causando-lhe convulsões;
  5. OBSESSÃO POSSESSIVA – quando o espírito se liga ao indivíduo pela afinidade vibracional, usando os plexos nervosos como pontos de contato;
  6. OBSESSÃO DO PRÓPRIO ESPÍRITO – na qual o obsessor é o próprio espírito da pessoa que, dominada por quadros do passado e influências de outros espíritos, entra em angústia constante, provocada pela desassociação extremada entre sua atual personalidade e sua individualidade;
  7. OBSESSÃO RELIGIOSA – é a escravidão espiritual em suas várias modalidades de expressão, originada, em geral, pela educação religiosa, divorciada da educação comum para as coisas da vida; e
  8. OBESSÃO QUÍMICA – gerada pelo plexo dos alcoólatras e dependentes de drogas, estabelecendo os obsessores afinidades tão fortes que anulam a vontade e o sistema nervoso central de sua vítima, tornando-a desligada do mundo físico e perturbada em sua psique, assegurando, assim, uma permanente fonte das vibrações de baixo padrão.
      Numa das passagens do Evangelho, Mateus (VIII, 16 e 28 a 32) nos relata: “E, chegada a tarde, trouxeram a Jesus muito endemoninhados e Ele, com a sua palavra, expulsou deles os espíritos, e curou todos os que estavam enfermos.(…) E tendo chegado à outra banda, à província dos gadarenos, saíram-lhe ao encontro dois endemoninhados, vindos dos sepulcros; tão ferozes eram que ninguém podia passar por aquele caminho. Eis que clamaram, dizendo: Que temos nós contigo, Jesus, Filho de Deus? Vieste aqui atormentar-nos antes do tempo? E andava pastando diante deles uma manada de muitos porcos. E os demônios rogaram-lhe, dizendo: Se nos expulsas, permite-nos que entremos naquela manada de porcos. E Ele lhes disse: Ide! E saindo, eles se introduziram na manada de porcos; e eis que toda aquela manada de porcos se precipitou no mar por um despenhadeiro, e morreram noas águas.”
      E, em Mateus (IX, 32 e 33): “Trouxeram a Jesus um homem mudo e endemoninhado. E, expulso o demônio, falou o mudo, e a multidão se maravilhou, dizendo: Nunca tal se viu em Israel!
      O obsessor persegue e assedia um encarnado de forma implacável, em constante troca de energias. O afastamento de um obsessor só se faz quando ele é atingido pelo ectoplasma do Doutrinador.
      Em Marcos (I, 23 a 26) foi dito: “Estava na sinagoga um homem com um espírito imundo, o qual exclamou: Ah! Que temos contigo, Jesus Nazareno? Vieste destruir-nos? Bem sei que és: o Santo de Deus! E repreendeu-o Jesus, dizendo: Cala-te e sai dele! Então, o espírito imundo, convulsionando-o e clamando com grande voz, saiu dele.”
      Na verdade, o obsessor, na maioria dos casos, só se retira pela solução da razão do assédio ou pela sua conscientização na doutrina recebida em diversas passagens pelos trabalhos. Raramente ele se afasta com um só trabalho, e devemos ter muita cautela em trabalhos especiais, pois um afastamento forçado pode resultar em efeitos piores do que a própria obsessão.
      Tia Neiva nos ensinou que um espírito reencarnado nesta Terra será muito feliz se conseguir libertar pelo menos um obsessor.
      Existem falanges de espíritos que, em ocasiões de guarda aberta de um encarnado, exercem ações obsessoras, como, por exemplo, os Alaruês, os Exus, os Falcões e legiões de Murumbus, Murussangis, Muys, Sexus e outros sofredores do Vale das Sombras.
Vão surgindo, na literatura psicografada, muitas obras que trazem mais informações sobre as obsessões, e destaquei um trecho de “Falando Francamente”, de Agnaldo Paviani (Espírito Klaus):
      “No plano extrafísico, que não é, como muitos pensam, um plano imaterial, existem laboratórios avançados e sofisticados, onde cientistas fazem pesquisas com o intuito de aperfeiçoar as técnicas de obsessão. É nesses laboratórios que são desenvolvidos esses pequenos aparelhos. São os mais variados, cada qual com um objetivo. Aqueles que geralmente têm fabricação em larga escala são os que, depois de implantados no perispírito, projetam estímulos sexuais e depressões.
O processo de implantação dos aparelhos é simples. Digamos que a invigilância do pensamento e das atitudes do encarnado é o plugue de ligação destes aparelhos. A vida do ser humano destituído de objetivos nobres favorece sua implantação.
Em outras situações, os aparelhos têm a função de monitoramento, no qual o aparelho transmite um sinal de acordo com o local onde está o indivíduo monitorado. Toda essa aparelhagem facilita e muito a vida dos obsessores.”
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