Tempo - Acervo Koatay 108

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Tempo

               
      Nossa noção de tempo se liga à sucessão qualitativa de nossos fenômenos conscientes, à duração real de qualquer fenômeno ou do movimento real das coisas.
      A vida do espírito encarnado está condicionada a dois fatores importantes: tempo e espaço.
      O tempo marca o passado, o presente e o futuro. Flui através das Eras em função do tempo terrestre, com sua marcação de anos, meses, dias, horas, minutos e segundos.
      O Homem é escravo do tempo, pois tem que desenvolver suas ações sempre com durações limitadas, a começar pela própria vida. Ser gerado, nascer, viver e morrer, neste planeta são funções do tempo.
      O tempo é a medida da vida, em todos os seus aspectos.
      Não poderia o ser humano, nem o mineral, nem o vegetal e nem o animal existirem sem este fator de medida, que é o tempo. Sua ação, neste planeta, está relacionada com os próprios ciclos do Sol e da Lua, e atua diretamente na mecânica da Vida.
      Para tudo há um tempo certo. Podemos ver, na Natureza, os ciclos da Vida e da Morte obedecendo ao fator tempo. Por isso sempre houve a preocupação de o Homem marcar, através de calendários e obras de arte, as peculiaridades das estações e das épocas propícias aos plantios, às festas, às comemorações e aos rituais.
      Na Espiritualidade, o tempo não existe, porque ali se vive a Eternidade.
      Todavia, como o tempo é medida variável, de acordo com o espaço, pois existem outras unidades de tempo nos diferentes pontos do Universo, sabem os Mentores avaliar os quadros dos espíritos encarnados, em suas metas cármicas, que se desenrolam através do tempo específico para cada local, em cada situação.
      O grande filósofo católico Santo Agostinho escreveu: “O que é, então, o tempo? Se ninguém me perguntar, eu sei o que é. Se pretendo explicá-lo àquele que me pergunta, não sei. No entanto, eu sei que, se nada se passasse, não haveria um tempo passado; e, se, nada mais estivesse para acontecer, não haveria um tempo presente; e, se nada afinal existisse, não haveria um tempo presente!”
      Aproveitar o tempo – desejo da maioria da população terrestre – é o que leva parte dos homens ao sofrimento do não cumprimento de suas metas cármicas, pois a ideia é se dedicar às atividades de divertimento e alegria, sem se preocupar com seu desenvolvimento mediúnico e com a caridade.
      Tempo e espaço conduzem nossas vidas. O ontem é história; o amanhã é mistério; o hoje é uma dádiva e, por isso, é chamado PRESENTE!
      O tempo, de forma linear, depende de nossa atenção psicológica: os momentos felizes nos parecem mais rápidos do que os de dor; para uma criança, o tempo “passa” mais lentamente do que para um idoso.
      O cientista alemão W.O. Schuman, em 1952, constatou que a biosfera da Terra é envolvida por um campo eletromagnético de cerca de 100 km de largura, a partir do nível do mar, que possui uma ressonância constante de 7,83 pulos por segundo, agindo como um marca passo. Este campo magnético é o responsável pelo equilíbrio da vida na biosfera, atuando em todas as formas comuns de vida no planeta. Tanto que o nosso cérebro e todos os seres vertebrados da mesma frequência de 7,83 hertz.
      A partir de 1980, a poluição energética tornou-se mais forte e agressiva, agravando-se na década de 1990, fazendo com que a frequência da biosfera atingisse 11 e até 13 hertz, o que resultou no desequilíbrio de toda a Terra, por estar fora do equilíbrio da força biológica natural. Houve sensível aumento das perturbações climáticas, maior atividade vulcânica, influências negativas sobre a população, fazendo com que o Homem sofresse tensões e conflitos, alterando seu comportamento vital e social na maior parte do planeta. Um dos grandes componentes desse desequilíbrio foi a aceleração geral no tempo, pois o dia passou a ser de apenas 16 horas! Isto significa que a diminuição do tempo não é uma ilusão nossa, mas um dado real!
Segundo Eric Berne, todos nós precisamos preencher o tempo, e isso é feito de seis maneiras diferentes, de um modo geral:
  • ISOLAMENTO: O indivíduo decide que não precisa nem deseja relacionamento com outras pessoas, refugiando-se em si mesmo, sentindo os ecos de seu passado, avaliando o que deixou de fazer ou o que poderia ter sido feito de outra maneira, envolvendo-se com sonhos e projetos para o futuro. Quando utilizado em um curto período da vida para a meditação, avaliação dos acertos e erros das ações praticadas, buscar a solução de problemas, é benéfico e saudável.
  • RITUAIS: Obedecem às forças externas, sociais, formais ou informais, e são, de modo geral, programados pela cultura do indivíduo, como, por exemplo: regras de cortesia, cumprimentos e despedidas, valores sociais, higiene corporal, atividades sociais, requintes e modismos. Há, também, a prática ritualística de religiões, ordens sociais e organizações secretas, com normas mais rígidas que determinam o convencional, o religioso e o secreto.
  • PASSATEMPOS: Incluem jogos e diversões, atividades destinadas ao divertimento descompromissado, como assistir televisão, ir às baladas, aos shows, ao cinema, reuniões informais, encontros com abordagem de temas simples e comuns. Até mesmo a chamada “paquera” pode ser incluída.
  • JOGOS PSICOLÓGICOS: Ações sempre negativas, com objetivo oculto, envolvendo transações desonestas, repetitivas, aparentemente racionais, com a utilização de outras pessoas, manipuladas pela busca de tempo, afeto, informação ou bens materiais, através dos sentimentos de medo ou culpa, e pelo suborno. Os envolvidos são afetados no nível biológico, pelo intercâmbio de carícias negativas ou lástimas que promovem; no nível existencial, pela confirmação da posição existencial dos jogadores; em nível psicológico interno, pelo reforço direto sobre a economia da libido, com troca de afeto e no com um sentido de prazer pré-sentencioso; no nível psicológico externo, para evitar invasões ou aproximações temidas ou indesejadas; no nível social interno, pela estruturação do tempo no círculo mais íntimo dos jogadores; no nível social externo, pela criação de situações propícias para o uso dos jogos pela amplitude dos contatos sociais. De modo geral, os jogos psicológicos são sentimentos aprendidos e desenvolvidos na infância, e mantidos na vida adulta.
  • ATIVIDADE: Positiva e produtiva, quando dirigida para os meios de sobrevivência, tanto manual, braçal ou intelectual, os estudos e pesquisas, abrangendo os afazeres do lar, da escola, da empresa, da comunidade, de forma isolada ou em grupos. Representa uma fonte de carícias quando bem reconhecida e auto-realizadora. É Negativa, quando se torna um peso, se obrigada ao aviltamento, à gratificação humilhante, causando profundo desgaste físico, mental e emocional.
  • INTIMIDADE: Sempre positiva, é a programação do tempo que implica maior compromisso pessoal, maior carinho, tornando mais profundo e intenso o aconchego da união de duas pessoas. Livre de jogos e de explorações, acolhe sentimentos de ternura e atenção, enriquecendo o relacionamento humano. Beneficia a qualidade de vida pela aproximação afetiva, pelo relacionamento autêntico.
      O balizamento do tempo se faz com base em algum fenômeno natural.
      Atualmente usamos o calendário solar, estabelecido pelo Papa Gregório XIII, por isso denominado Calendário Gregoriano, de 12 meses, com 365 dias, onde o ano corresponde à órbita da Terra em volta do Sol e o mês à órbita da Lua em volta da Terra. A cada quatro anos, faz-se o acerto das 6 horas remanescentes em cada ano, com o acréscimo de 1 dia, formando o ano bissexto, com 366 dias.
      Esse calendário de 365 dias já era usado no antigo Egito.
      No Yucatan, na civilização Maya, era utilizado o tzolkin, calendário sagrado de 260 dias, que se iniciava no dia correspondente ao atual 13 de agosto.
      Com a Teoria da Relatividade, de Einstein, o fator tempo adquiriu várias facetas cientificamente comprovadas. Temos, assim, a ligação tempo-espaço no campo físico, que nos limitam em nossa vida física, e uma no campo psicológico, onde o espaço é a imaginação e o tempo é a memória, que nos proporcionam a vida intelectual e mediúnica.
Existe um poema chamado “Conta e Tempo”, da autoria de Laurindo Rabelo, que achei interessante transcrever para nos dar a ideia do tempo:
“Deus pede estrita conta de meu tempo
E eu vou do meu tempo dar-lhe conta.
Mas, como dar, sem tempo tanta conta
Eu que gastei, sem conta, tanto tempo?
Para ter minha conta feita a tempo,
Tempo me foi dado e não fiz conta;
Não quis, sobrando tempo, fazer conta,
Quero, hoje, fazer conta e falta tempo.
Ó, vós que tendes tempo sem ter conta!
Não gasteis vosso tempo em passatempo.
Cuidai, enquanto é tempo, em fazer conta.
Pois aqueles que, sem conta gastam tempo,
Quando o tempo chegar de prestar conta,
Chorarão, como eu, o não ter tempo! “
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