Desejo
Glossario > D
O desejo é a vontade que temos de obter a satisfação física ou espiritual, impulsionada pela determinação real da alma, uma vez que nasce no Eu, através dos estímulos da sensibilidade, podendo, também, ser provocado por fatores transcendentais, lembranças do espírito de outras reencarnações, que agem no subconsciente da vida atual, sem qualquer forma de identificação.
Se entendermos que estamos nesta vida apenas de passagem, é mais fácil deter o apego às coisas materiais, pois só nos são valiosas as ações de doação, tais como amar, ser virtuoso e ter bom caráter. Isso reduz a amplitude do desejo e se constitui em valioso pilar para nossa sabedoria.
De modo mais comum, é um sentimento espontâneo e consciente para um determinado fim, previamente estabelecido ou simplesmente imaginado, e se liga também ao instinto e à interpretação individual dos estímulos recebidos, podendo ser positivo ou negativo.
Existem linhas que consideram desejo os de natureza negativa e, os positivos, são denominados aspirações, especialmente os de nível espiritual.
Orientado pela sua energia mental, o Homem pode se deixar levar por várias formas do desejo classificado como apetite sensitivo, que gera impressões orgânicas e estímulos à imaginação, – o sexual, o luxo, o bem-estar físico – que lhes causam grande número de dificuldades e agravantes para seguir suas jornadas, sendo o mais comum a concupiscência. Outra classe de desejo é gerado pelo apetite racional, que alimenta desejos livres, voluntários ou involuntários, dirigidos pelo intelecto, que podem ser reflexos do que traz em seu subconsciente.
Pela mente, pela seleção de estímulos captados, muitos se deixam levar por outras formas de desejos, Faz-se aconselhável, então, que, sempre que possível, se faça um exame de consciência, especialmente na hora em que nos preparamos para dormir, avaliando nosso íntimo e buscando o equilíbrio e a correção de nossos desejos, tentando observar cada um com tranquilidade e desapego. Para isso, devemos avaliar o real valor do objeto do desejo, as consequências de sua realização, e o que ele pode nos proporcionar de realização, harmonia e equilíbrio.
O Jaguar tem, como principal desejo, cumprir seu plano reencarnatório e sua missão da forma mais perfeita possível, tornando-se merecedor de seu retorno a Capela, evoluindo dentro da conduta doutrinária e ajudando a seus irmãos, encarnados e desencarnados, a cumprirem seus carmas.
Pela caridade e potencial do seu entusiasmo na aplicação de seus conhecimentos adquiridos em sua evolução doutrinária, adquire condições próprias para orientar seus desejos, agindo de forma positiva no controle de seus apetites sensitivos e racionais.
O Jaguar deve procurar, sempre, não ser dominado pelo desejo.
Na obra Samyutta Nikaya, revelam-nos as palavras de Buda: “E qual a nobre verdade da origem do sofrimento? É o desejo! Ele que modifica o Homem que, prisioneiro do prazer e da luxúria, procura, sempre, um novo deleite por onde quer que vá. Como surge o desejo e cria raízes? Enquanto existirem neste mundo físico coisas prazerosas e agradáveis, elas produzirão o desejo e suas raízes no Homem. Pelos sentidos e pela mente os estímulos do prazer chegam ao Homem, e nele se estabelece. Objetos visuais, sons, cheiros, sabores, sensações corporais e objetos da mente quando agradáveis e prazerosos, geram o desejo que impregna o Homem. Também a consciência, a impressão sensorial, a sensação nascida da impressão dos sentidos, a percepção, a vontade, o anseio, o pensamento e a reflexão que sejam agradáveis e prazerosos, geram o desejo que impregna o Homem. Para extinção do sofrimento é necessário a completa dissolução e extinção deste desejo, a desistência e o abandono, a liberação e o desapego dele. E o Homem alcançará a extinção da ambição, do ódio e da ilusão…”
Desejo é o termo empregado em Psicanálise, Psicologia e Filosofia para designar, ao mesmo tempo, a propensão, o anseio, a necessidade, a cobiça ou o apetite, isto é, qualquer forma de movimento em direção a um objeto cuja atração espiritual ou sexual é sentida pela alma e pelo corpo. LACAN designou o desejo como a expressão de uma cobiça ou apetite que tendem a satisfazer no absoluto, isto é, fora de qualquer realização de um anseio ou de uma propensão.
VEJA:
- Sexo.