Kundalini
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Kundalini é uma palavra que, em sânscrito, significa “enrolado como uma cobra”, sendo representada por uma serpente adormecida, enrolada na base da coluna vertebral, denominação das energias liberadas pelo chakra básico e que, na realidade, representa o subconsciente do ser primitivo, um imenso poder latente ou reservatório de energia prânica (VEJA: Prana), e que, ao ser verticalizada, liberada, permite que a pessoa vá penetrando no mundo do cosmo-consaciente.
A transformação da energia sexual em energia espiritual, dentro do corpo, é feita pela ascensão da Kundalini.
Na Linha Oriental, a Kundalini é o centro do poder psicossomático. É a bioenergia fundamental da vida, acumulada primariamente nos órgãos sexuais, mas presente em todo o corpo. Sua radiação psíquica não se limita à continuidade da espécie, através do impulso sexual (libido), pois age no sentido de permitir um estado superior de consciência, levando mesmo ao êxtase.
Há uma conexão sutil e direta entre o cérebro e os órgãos de reprodução.
O sexo é expressão da potencialidade humana, atividade intuitiva e atávica que estimula os impulsos criativos da vida. Há milênios, na Índia, o tantrismo já revelava o equilíbrio das energias sexuais, e representava essa harmonia precisa com a união do deus Shiva com a deusa Shakti, o que se pode ver nas inúmeras representações de uniões existentes no templo de Khajurao. A deusa Shakti representa a força kundalini que, ativada, vai se completar e satisfazer com a força de Shiva, no chakra da hipófise.
A Kundalini totalmente liberada sobe pela medula, ativando os chakras, chega ao cérebro, onde termina na raiz do chakra coronário, impregnando-o de prana, o que determina um aumento substancial das atividades deste chakra, expandindo a energia emitida através do Eixo Solar e proporcionando, consequentemente, a maior sensibilidade do indivíduo em relação aos planos superiores.
Todavia, não é comum haver essa liberação total. O normal é haver liberação parcial, em quantidades muito reduzidas, que, mesmo assim, leva os indivíduos a um considerável nível de satisfação com harmoniosa atividade sexual.
Adormecida em seu chakra, a Kundalini tem uma emissão horizontal, o que faz despertar o ego-consciente do Homem. Ao ser liberada verticalmente, projeta o Homem na sua consciência cósmica.
Com a ascensão da Kundalini, todo o sistema nervoso vai se transformando microbiologicamente, e se este processo chega ao cérebro, determina uma série de mudanças perceptíveis no organismo, quanto a um novo estado de consciência e ampliação da criatividade.
A Kundalini flui por dois condutos curvos e serpenteantes:
- solar: uma corrente de tom amarelo que se inicia no vórtice do testículo esquerdo do Homem ou no ovário direito da Mulher; e
- lunar: a outra, avermelhada, que começa no testículo direito do Homem ou no ovário esquerdo da Mulher.
Serpenteiam pela coluna, fazendo cruzamentos nos espaços intervertebrais, e chegam ao cérebro, ativando, em sua passagem pela medula, as ligações com os chakras, através dos nós. Um prolongamento mais sutil atravessa a face, e vai terminar na área dos lábios, um na parte superior e outro no lábio inferior.
Através de toda a sensibilidade individual, variando de uma pessoa para outra, existe a captação de estímulos, que determinam as zonas erógenas, em que existe maior grau de excitação sexual. Além dos pontos comuns, tais como a glande, no Homem, e o clitóris, na Mulher, existem pontos sensíveis que, com mais intensidade, ativam a Kundalini. Até hoje, no início do Século XXI, muitas teorias controversas procuram generalizar o Ponto G, nas mulheres, que é o responsável pela excitação em elevado grau, provocando profundo orgasmo. Os lábios, com seus terminais sensitivos, também têm a excitação erótica, o que se revela no efeito dos beijos na boca.
Agindo com sua bipolaridade, pode ser ativada a parte positiva ou a negativa. No primeiro caso, o resultado é uma superativação intelectual, dirigida para causas nobres, artes e genialidade do Bem. Se liberada negativamente, vai determinar a superativação que originará a genialidade do Mal!
Por isso a Kundalini é considerada a base biológica da religião e do gênio. Para que seja saudável e positivo qualquer nível de liberação da Kundalini, a atividade sexual do indivíduo deve ser equilibrada e baseada numa sólida estrutura moral e sentimental. Sua importância nas filosofias e religiões se acha presente através dos tempos, nos textos e figuras orientais e com representações da serpente em templos – como o da Serpente Emplumada, em Teothiuacan, no México – e em pirâmides – como em Chitzen-Itza, no Yucatan, México, ou presente nas coroas dos faraós.
No texto do 7º do Terceiro Sétimo há uma alusão a essa representação: Jesus, consola-me a serpente que criaste, má na força vital, porém significativa.
O TEMPLO DA SERPENTE EMPLUMADA – TEOTHIUACAN, MÉXICO
VEJA:
- Sexo.