Apará - Acervo Koatay 108

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Apará

               

       O símbolo do Apará representa a emissão da força espiritual (o triângulo voltado para cima) através do conhecimento (representado pelo livro), como mostrado ao lado.
       Vamos chamar o sistema nervoso simpático ou autônomo de passivo e o parassimpático de ativo, para facilitar o entendimento dos dois tipos de mediunidade em nossa Corrente do Amanhecer: a do Apará, o médium de incorporação, está baseada no sistema nervoso passivo, tendo natureza passiva, orgânica e anímica, onde a vontade e a consciência pouco ou nada atuam; enquanto a do Doutrinador funciona com base física, no sistema nervoso ativo, com predomínio da consciência e da vontade, fazendo com que passasse a existir um transe mediúnico totalmente consciente.
       No primeiro dia em que comparece para iniciar seu Desenvolvimento, o médium faz uma verificação - TRIAGEM - do tipo de mediunidade de que é portador, momento em que toda a atenção deve ser dispensada aos chegantes, pois a tentativa de desenvolver a mediunidade de um Doutrinador nato como médium de incorporação, por seus plexos inferiores, leva a conseqüências imprevisíveis.
       A nenhum espírito - de Luz ou sem Luz - é dada permissão para incorporar, usar o corpo de um médium, sem que ele o permita. Por isso existe o mecanismo da percepção do que acontece durante uma incorporação, garantindo ao médium a idoneidade de seu trabalho e lhe fazendo sentir sua responsabilidade, pois existem sutis diferenças entre as manifestações de um espírito incorporado e as do próprio médium.
       A força da incorporação é recebida no plexo solar e transmitida aos plexos vizinhos, em perfeita harmonia com os chakras, concentrando o fluxo sangüíneo na região, o que provoca diminuição da irrigação cerebral e, consequentemente, diminuição dos sentidos físicos do médium, resultando em uma emissão fluídica alheia ao processo psicológico.
       O médium de incorporação, que sempre existiu sob uma força nativa, recebeu, dentro do Africanismo, uma nova forma: sua força, com a consagração de Nossa Senhora Apará - Nossa Senhora da Conceição - teve a transformação para uma força crística extraordinária, agindo em seu plexo iniciado, com muito maior responsabilidade por ser instrumento da Voz Direta.

       Dores físicas e espirituais nos navios negreiros eram aliviadas pela força de Nossa Senhora APARÁ.

      Naqueles tristes navios negreiros, nas senzalas, a força iniciática trazida pelos Enoques se manifestou de forma grandiosa, atendendo aos negros desesperados através de médiuns que incorporavam entidades de Luz, e que, por isso, passaram a ser denominados APARÁS, tanto os mestres como as ninfas. Aos mestres foi dada uma designação especial: AJANÃ, dentro das diferentes condições entre o plexo masculino, positivo, forte para receber projeções e incorporações poderosas, tanto de espíritos evoluídos como os sem Luz, e o plexo feminino, negativo, sensível, apto à manipulação de energias poderosas, intensas, porém suaves.
       Recebem, também, a denominação de RAIO LUNAR, embora alguns achem que esta só se aplicaria àqueles que estão em condições de incorporar o Pai Seta Branca.
Existe uma classificação dos médiuns de incorporação:
  • Mestre ou Ninfa Lua – o médium em Desenvolvimento;
  • Apará – o médium após sua Iniciação;
  • Ajanã – o médium que fez a Elevação de Espada; e
  • 5º Yurê – o médium (mestre ou ninfa) que consagrou sua Centúria.
        Yurê significa um grau superior de sensibilidade, que dá ao médium do 5º grau condições de ter seus plexos aptos aos trabalhos com forças das mais variadas naturezas e intensidades.
       Os Ajanãs recebem a classificação das Estrelas Cautanenses e Vancares.
       Deve o médium de incorporação manter-se alerta para estar em condições de proporcionar perfeitas manifestações tanto dos espíritos sofredores como das mais complexas e elevadas formas de entidades espirituais. Também é preciso lembrar que o trecho da Prece do Apará, em que se roga a Deus “tira-me a voz quando, por vaidade, enganar os que me cercam” não significa ficar mudo, sem voz, mas, sim, ser tirada a Voz Direta da Espiritualidade daquele médium, que passa a agir por simples animismo ou a ser instrumento de espíritos sem Luz, que se fazem passar por Mentores.
       Na Doutrina do Amanhecer, ao iniciar suas aulas de Desenvolvimento, o médium tem identificada sua mediunidade. Se é de incorporação - um Apará - é feita uma avaliação de como essa capacidade se apresenta, pois pode trazer hábitos e posturas de outras correntes que devam ser minimizados, para que possa trabalhar adequadamente como médium de incorporação da Corrente do Amanhecer.
O médium de incorporação deve ter as seguintes condições básicas:
  • Incorporar um sofredor sem fazer muito alarde, sem palavras inconvenientes e sem cair em posições grotescas ou desagradáveis;
  • Incorporar e saber distinguir a emanação do Preto Velho, do Caboclo, do Médico ou de qualquer outra Entidade que se faça presente através dele;
  • Assimilar as mensagens e as transmitir, sem nelas interferir ou dar algum toque pessoal;
  • Ser suficientemente humilde para trabalhar no Templo, com amor, sempre que for convidado, sem escolher o trabalho ou o comandante;
  • Saber mediunizar-se profundamente, de modo a evitar cansar-se no trabalho, pois, bem mediunizado, não terá noção do tempo nem do calor, ou do frio, não sentirá fome nem tomará conhecimento do que acontece a seu redor.

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